Até 11 de Junho está patente a exposição de pintura, Ando Parado de Luís Espinheira. Se estar parado é dar um passo atrás, andar parado é outra coisa. Esta expressão de desabafo desdobra-se em significados contraditórios, sugerindo a imponderabilidade, que é uma ideia central no trabalho de Luís Espinheira. Na sua pesquisa, o artista vive em torno da ideia de um voltar atrás. Longe de uma expressão saudosista, ou de uma evocação primitivista, Espinheira procura fórmulas que permitam avançar ideias novas que por motivos diversos não têm lugar num regime de continuidade dos discursos hegemónicos que enquadram e limitam o próprio conceito de contemporaneidade. As estruturas circulares, evocativas do movimento da Terra, e os estudos sobre o desgaste traçam duas medidas do tempo – do etéreo celeste à materialidade das rochas – e representam dois pólos desta pesquisa que define per si, um limite e uma centralidade. Dedicados à explicação de um corpo que se define sempre entre os eixos da vontade e do desejo (e vive aí suspenso), os trabalhos que compõem a presente exposição representam um enunciado subtil que convida o regresso à ideia de um outro que não existe como objecto de domínio, mas que emana de nós como promessa de futuro.
Galeria Pedro Oliveira | Calçada de Monchique,3 | Porto | Terça a Sábado das 15h às 20h | www.galeriapedrooliveira.com
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