sexta-feira, 6 de maio de 2011

Centro de Arte Moderna Fundação Caloustre Gulbenkian - Lisboa

Até 3 de Julho está patente a exposição antológica de Miguel Palma (Lisboa, 1964), um dos artistas mais produtivos da sua geração e que tem vindo a afirmar-se progressivamente no contexto internacional. O título da exposição, Linha de Montagem, remete para uma das características principais da sua obra, a criação de esculturas e objectos que se situam num território entre o mecânico e o artístico, entre o mundo da engenharia e da arquitectura e o mundo da arte, e entre o natural e o artificial. A exposição apresenta 170 obras de Miguel Palma sendo que aproximadamente 70 por cento dos trabalhos expostos contêm um mecanismo técnico (movimento, som…). Na mostra serão apresentadas várias obras inéditas produzidas em 2011: Eclipse, Crédito, A Matinha (modelo de uma sala de jogos “A Matinha” em Lisboa – construída em 1931 por J. Vivo), A Viagem Maravilhosa (modelo de avião em ferro, escala 1/10) e B-29 Super Fortress (kit de um bombardeiro, esc. 1/72 – primeiro modelo pós-guerra construído em madeira). No exterior do CAM, no jardim, mostra-se um aquário na superfície do lago com um peixe encarnado, reforçando assim a união entre o artificial e o natural. A relação entre tecnologia e seres vivos está igualmente presente noutras obras, nomeadamente, em Osmosis, composta por três aquários ligados entre si: um aquário com água doce, outro com água salgada, e ambos com um peixe; o terceiro aquário faz a filtragem da água entre eles, através de um sistema de osmose. Dentro das máquinas que povoam o universo criativo do artista, o avião é uma imagem daquele que é um dos mais profícuos artistas da sua geração. Uma série de modelos e réplicas de aviões serão mostrados no CAM: entre a réplica do avião F-16 à escala 1/5, passando pelo modelo de avião A380 na obra Navio Negreiro, até à maquete do avião AIRBUS A330 à escala de 1:200. Também o automóvel é fundamental no trabalho de Palma. Para além da constante presença de miniaturas de carros, Exposição Solar é uma obra que apresenta em tamanho real um automóvel de corrida Formula Ford 1800cc, apoiado numa base à altura dos visitantes. Os painéis solares que se encontram no chão permitem através da luz dos projectores accionar as rodas do carro. A construção de máquinas, maquetas, a manipulação da tecnologia, as pequenas peças com figuras humanas, e um conjunto de materiais que envolve toda uma construção lúdica, que se situa entre a arte e a engenharia, o jogo e a ironia, o orgânico e o mecânico, cria um universo singular mas em que nos revemos.
Centro de Arte Moderna - Fundação Caloustre Gulbenkian | Rua Dr. Nicolau de Bettencourt | Lisboa | Terça a Domingo das 10h às 18h - Última entrada no museu às 17h45 | www.cam.gulbenkian.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário