Até 11 de Junho está patente a exposição, CROSS-CULTURAL (works on flatness, dominion and erasing), de Pedro Valdez Cardoso. O projecto CROSS-CULTURAL (works on flatness, dominion and erasing) teve início em 2009, e resultou de um Apoio a Projectos de Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian. Entre 2009 e 2010 o projecto foi sendo delineado através de uma pesquisa extensa que englobou diversas visitas a museus Etnográficos da Europa, entre os quais o Musée du Quai Branly, em Paris, que teve especial destaque nesta fase do projecto. Cross-Cultural é o culminar de um projecto maior, iniciado em 2007 com a série Jogos de Caça, exposta em 2007 na Galeria Módulo do Porto, e posteriormente em 2009 com a exposição Mme. Pompadour Voyage en Afrique, realizada na Galeria Bacelos, em Vigo, Espanha, onde eram já abordadas algumas das questões aqui presentes e era igualmente feita referência a uma iconografia das artes primeiras (especialmente de culturas africanas e asiáticas). O projecto agora apresentado centrou-se numa pesquisa formal de objectos e artefactos ritualísticos e de uso quotidiano de culturas não Ocidentais. Tendo sempre como objectivo final a evocação de aspectos ligados ao pós e ao neo-colonialismo, globalização, domínios culturais e problemáticas da identidade. Foram ainda igualmente focados os conceitos de apagamento, domesticação, subjugação, seriado e deslocação. Deste modo, a grande maioria dos materiais usados na construção das peças encontram-se relacionados com um ambiente doméstico, habitacional e com a ideia de limpeza (alguidares, baldes, esfregonas, vassouras, frascos de detergentes, panelas, frigideiras, garrafas de plástico, talheres descartáveis, chinelos de praia, volantes e pneus automóveis, etc.). Por outro lado, algumas das peças trazem à memória apropriações e contaminações ocidentais, contemporâneas e capitalizadas, de aspectos ligados a culturas indígenas. A instalação criada para o espaço da ARTE CONTEMPO, pretendeu ainda recriar um ambiente de hangar, ou arrecadação de museu, em que entre as caixas de transporte de peças, em madeira, e paletes surgem as diversas esculturas e objectos realizados.terça-feira, 10 de maio de 2011
Arte Contempo - Lisboa
Até 11 de Junho está patente a exposição, CROSS-CULTURAL (works on flatness, dominion and erasing), de Pedro Valdez Cardoso. O projecto CROSS-CULTURAL (works on flatness, dominion and erasing) teve início em 2009, e resultou de um Apoio a Projectos de Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian. Entre 2009 e 2010 o projecto foi sendo delineado através de uma pesquisa extensa que englobou diversas visitas a museus Etnográficos da Europa, entre os quais o Musée du Quai Branly, em Paris, que teve especial destaque nesta fase do projecto. Cross-Cultural é o culminar de um projecto maior, iniciado em 2007 com a série Jogos de Caça, exposta em 2007 na Galeria Módulo do Porto, e posteriormente em 2009 com a exposição Mme. Pompadour Voyage en Afrique, realizada na Galeria Bacelos, em Vigo, Espanha, onde eram já abordadas algumas das questões aqui presentes e era igualmente feita referência a uma iconografia das artes primeiras (especialmente de culturas africanas e asiáticas). O projecto agora apresentado centrou-se numa pesquisa formal de objectos e artefactos ritualísticos e de uso quotidiano de culturas não Ocidentais. Tendo sempre como objectivo final a evocação de aspectos ligados ao pós e ao neo-colonialismo, globalização, domínios culturais e problemáticas da identidade. Foram ainda igualmente focados os conceitos de apagamento, domesticação, subjugação, seriado e deslocação. Deste modo, a grande maioria dos materiais usados na construção das peças encontram-se relacionados com um ambiente doméstico, habitacional e com a ideia de limpeza (alguidares, baldes, esfregonas, vassouras, frascos de detergentes, panelas, frigideiras, garrafas de plástico, talheres descartáveis, chinelos de praia, volantes e pneus automóveis, etc.). Por outro lado, algumas das peças trazem à memória apropriações e contaminações ocidentais, contemporâneas e capitalizadas, de aspectos ligados a culturas indígenas. A instalação criada para o espaço da ARTE CONTEMPO, pretendeu ainda recriar um ambiente de hangar, ou arrecadação de museu, em que entre as caixas de transporte de peças, em madeira, e paletes surgem as diversas esculturas e objectos realizados.
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