Até 25 de Junho está patente a exposição de pintura e dessenho, Metamoforses de Graça Morais. A dimensão, muitas vezes efabulatória, que Graça Morais foi projectando ao longo da sua obra entre a mulher e os bichos, uma metáfora trazida das suas premissas estilísticas da década de 1980, em que a figura feminina assumia a configuração de uma ave de caça, amplifica-se em 2000 numa série de trabalhos a que chamou Metamorfoses. Com um forte vínculo à terra que cultivam, as mulheres do universo pictórico de Graça Morais, tema recorrente e estruturante de toda a sua obra, surgem, agora, num jogo iconográfico de associações insólitas, reconfiguradas pelo processo de alomorfia. Convocadas e reinterpretadas na sua indefinição formal, mulheres de arraigado tempero sibilino convertem-se, pela ambiguidade de linhas e contornos, em Kafkianos insectos alados, que afloram, em cada trabalho da artista, como entes reais de um aparente universo fantástico; o mesmo que inspirou e ilustrou, em 2007, a obra de Agustina Bessa-Luís. Em sucessivas séries de desenhos e pinturas, produzidas ao longo da última década, Graça Morais conduz-nos, uma vez mais, a um território de memórias afectivas ou a referenciais muito concretos de uma cosmogonia onde mulher não é apenas personagem de dramas íntimos, é protagonista.
Espaço Graça Morais Centro de Arte Contemporânea | Rua Abílio Beça, 105 | Bragança | Terça a Domingo, das 10h às 12h30 e 14h às18h30 centroartegracamorais.cm-braganca.pt
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