sábado, 29 de janeiro de 2011

COLORIDA GALERIA DE ARTE - Lisboa

Até 11 de Fevereiro está patente a exposição de pintura, Flowing Emotions de Monika Cilmi (Itália). A artista italiana Monika Cilmi faz uso da escrita como construção de visualidades. Sua arte quebra os limites entre o texto e a imagem, transcende limites espaciais e temporais. O traço de Monika desliza conscientemente sobre planos abstractos. Surge uma escrita oriental, um alfabeto que para muitos é enigmático, desenhos que tornam-se textos, ou textos que tornam-se imagens. A grafia não pode ser decifrada pela maioria dos observadores ocidentais, ao mesmo tempo liberta as amarras entre a forma e conteúdo, ou ainda, entre a escrita e a emoção. O observador enquanto leitor, ao tentar ler os trabalhos, entra em contacto com os sentidos da autora, a grafia explorada, embora indecifrável, manifesta-se como palavras. As imagens adquirem semelhança com pautas e escrituras, a base da linguagem é o desenho, uma trajectória semelhante ao surgimento da escrita. Podemos dizer que o espaço é preenchido por caracteres que são fragmentos do emocional da artista, como se pudesse pintar os trabalhos com palavras. Ao sobrepor textos sobre fundos abstractos, Monika reafirma a plasticidade da escrita. Nos deparamos com símbolos aparentemente ilegíveis, que lembram culturas distantes, remotas no tempo, portanto com segredos ainda não revelados, a permanecer em segredo. (José Roberto Moreira – Curador e Galerista)
Colorida Galeria de Arte | Rua Costa do Castelo,63 |Lisboa|Terça à Sábado, das 13h30 às 18h |www.colorida.pt

COLORIDA GALERIA DE ARTE - Lisboa

Até 11 de Fevereiro está patente a exposição Lirica Brasilis da artista Clara Pechansky. O escritor brasileiro Luís Fernando Veríssimo comenta a obra de Clara:“são sempre figuras humanas em primeiro plano, mas o fundo nunca é apenas o fundo. As figuras integram-se ao segundo plano mesmo quando o contraste do seu volume e da sua cor com o fundo é nítido, estamos sempre integrados ao que, em nossa volta, é evocativo, seja num cenário que lembra a infância, ou num detalhe que representa um mundo...” A buscar soluções que integram desenho e pintura sobre um mesmo suporte, Clara dedica-se ao aprimoramento simultâneo das duas técnicas, ao aliar grafismo às massas de cor. Segundo escreve o crítico Blue Greenberg, no The Herald Sun de Durham, NC, Estados Unidos (2005): “Clara Pechansky faz uso de raspagens sobre a superfície e revela camadas ocultas de tinta, ao mesmo tempo em que fala das verdades escondidas pelo tempo dentro da sua pintura”. É como se a artista buscasse encontrar evocações de infância a retirar superposição de massas de tinta. E novamente a citar o escritor Luís Fernando Veríssimo: “Desta vez as tradicionais figuras mudas da Clara são ouvidas. Muitas tocam instrumentos. E o que emana das cores, dos contrastes e do contraponto de planos destes quadros é uma vibração decididamente musical”. O trabalho de Clara Pechansky caracteriza-se por uma constante actualização, seja quanto aos focos de interesse, seja na busca de aprimoramento pessoal e profissional. Sua opção pela figura humana e por temas de impacto social estão na raiz de toda a sua obra. Clara iniciou a carreira como ilustradora, e mantém uma grande dedicação às artes gráficas. Produz gravuras em serigrafia, litografia e metal, técnicas que lhe valeram três prémios internacionais. Sua vasta trajectória inclui mais de 50 exposições individuais e mais de 80 participações em bienais e trienais de desenho e gravura, no Brasil e no exterior. É uma das mais actuantes artistas do Brasil, e suas obras pertencem a colecções particulares e públicas de vários países. Clara Pechansky nasceu em 1936 em Pelotas, Brasil. Actualmente vive e trabalha em Porto Alegre, Brasil.
Colorida Galeria de Arte | Rua Costa do Castelo,63 |Lisboa|Terça à Sábado, das 13h30 às 18h |www.colorida.pt

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

INFLUX CONTEMPORARY ART - Lisboa

Até 9 de Abril está patente a exposição de pintura, instalação e poesia, Do Arco da Velha de Tchalé Figueira. O imaginário é, sim, o que existe. O real, se me permitem, é algo puramente inconsequente, algo que não se traduz, algo impossível de concretizar. Conhecemos as geografias e os corpos em nosso redor através da imaginação que cultivamos. Quando a imaginação e o desejo são escassos, os amores e vontades dos outros tornam-se loucuras. Invariavelmente, nós aqui, neste lugar, somos construídos segundo relações flexíveis entre a miséria e o desejo. O desejo consome e exige a urgência da materialização do faz-de-conta. No Carnaval, tal como no plano multi-dimensional da imaginação, a Rainha e o Rei colocados no cimo do andor desenhado pelo artista, que esta terra quer sempre ter como anónimo, são escravos dos nossos desejos de chegar mais além, de cada vez ser mais outro e o Outro. Esconde-se o feio que engloba gente. Gente que, apesar de ser parte de nós é, inexplicavelmente, considerada diferente. A irreverência é naturalmente constitutiva da arte que faz perguntas, a arte que exibe o diferente enquanto nosso, a arte que se quer posicionar dentro do campo do político e por isso é Pecadora. O questionar obviamente não desmembra o autocratismo, mas revela desejos de mudança. No caso particular do pintor, revela principalmente a vontade de mudança para estados de sensibilidade e empatia no âmbito de um contexto abrangente em que o Homem, Deus e a Verdade foram declarados mortos no mundo real e que somente vivem no campo do exercício dos poderes. Apenas nos restam as vontades individuais de imaginar os desejos dos outros como nossos. Desde a Rua da Praia, no Mindelo, num atelier com as portas abertas para o mar, Tchalé Figueira, sempre independente e certo das suas vontades e procuras, compreende o compromisso de ser agente criativo”, aqui neste lugar insular. O articular de perguntas e desejos em prol de si próprio mas também em prol dos que o sistema define como o Outro menor, os que o sistema teimosamente circum-navega porque, em hora de eleições, um grogue ou uma T-shirt servem como suficiente sedução.Tchalé explora a relação entre o acto e a crítica social. Tristan Tzara, Max Weber ou Jean Dubuffet sublinharam algumas directrizes que permitem compreender a posição do pintor: consciente, sensível e critico e, no entanto, determinado na perseguição do exercício da pergunta. Na obra de Tchalé Figueira, o político, a prostituta, o mendigo, o paupérrimo, o medo, a vergonha, a vaidade, a superficialidade, a tensão ou o desejo estão presentes, vivos e pulsantes. As telas gritam-nos perguntas acerca do nosso próprio papel. (Irineu Rocha ) Tchalé Figueira nasceu em 1953 na ilha de S. Vicente, Cabo Verde. Pintor, músico e poeta, Tchalé é hoje em dia, indiscutivelmente, um dos ícones principais da Arte Contemporânea em Cabo Verde e seguramente o artista plástico caboverdiano com maior visibilidade internacional. Do Arco da Velha, é a sua primeira exposição individual na INFLUX CONTEMPORARY ART. INFLUX CONTEMPORARY ART | Rua Fernando Vaz, 20 B | Lisboa | Quarta a Sábado das 14h às 19h | www.influxcontemporary.com

Museu de Arte Contemporânea de Serralves - Porto

A partir de 29 de Janeiro a 27 de Março decorrerá a exposição do artista francês Gil J Wolman (1929–1995) que foi um pioneiro na exploração da intersecção entre o texto e a imagem na arte do século XX. A exposição Sou Imortal e Estou Vivo é a primeira grande mostra monográfica da obra de Wolman realizada fora de França, reunindo cerca de 250 obras e documentos, de L’Anticoncept [O Anticonceito] (1951) – o célebre filme que escandalizou o Festival de Cannes – até Voir de mémoire [Ver de memória] (1995). A exposição apresenta numerosas peças nunca antes exibidas, podendo ser também considerada uma enciclopédia do letrismo, movimento artístico que Wolman protagoniza, juntamente com Isidore Isou e Guy Debord.
Museu de Arte Contemporânea de Serralves |Rua Dom João de Castro, 210 | Porto | Terça a Sexta das 10h às 17h | Sáb, Dom e Feriados das 10h às 20h | www.serralves.pt

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva - Lisboa

A partir de 27 de Janeiro até 30 de Abril estará a decorrer a exposição de fotografia, 62 Photographs, 31 Women, 42 Years de Julião Sarmento. Nesta exposição é apresentada 62 fotografias de 31 mulheres, realizadas ao longo de 42 anos, núcleo criteriosamente escolhido por Sergio Mah de entre inúmeros negativos e provas. Na maioria inéditas, as fotografias, retratos de mulheres, foram realizadas desde finais dos anos 60 até à actualidade. O conjunto inclui registos íntimos, apontamentos espontâneos e lúdicos e imagens que sugerem intenções mais estéticas e conceptuais e que remetem para a produção artística mais conhecida do pintor. Todas as fotografias pertencem à colecção António Cachola.
Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva | Praça das Amoreiras, 56 | Lisboa | Segunda a Domingo das 10h às 18h | Encerra terça-feira e feriados | www.fasvs.pt

Fundação Calouste Gulbenkian - Lisboa

A partir de 27 de Janeiro até 03 de Abril estará patente a exposição Caucase, Souvenirs de Voyage que reúne um conjunto de trabalhos fotográficos de Pauliana Valente Pimentel e Sandra Rocha, que têm como tema central o território do Cáucaso – Arménia, Geórgia e Azerbaijão. A exposição resulta de uma viagem que as autoras realizaram em conjunto, ao referido território, em Maio de 2009. “(...) Pauliana Valente Pimentel e Sandra Rocha – alunas dos cursos de fotografia do Programa Gulbenkian de Criação e Criatividade Artística (2005 e 2008), tomaram o livro de Calouste Gulbenkian como ponto de partida para um projecto de viagem, percorrendo muitos anos depois o itinerário que ele fizera. Esta revisita visual às paisagens do Cáucaso e esta redescoberta dos seus habitantes são exercícios contrapontísticos no tempo, sobre um espaço onde se cruzaram e cruzam etnias, religiões e culturas. Entre a compreensão arguta de Calouste Gulbenkian e a luz da câmara de Pauliana Valente Pimentel e Sandra Rocha medeiam mais de cem anos. Apenas dois modos de olhar o mesmo pedaço do mundo.”, escreve Emílio Rui Vilar, preside do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian. A verdadeira percepção e a emotividade que as autoras possam ter sentido ao visitar o Cáucaso, não decorre do reconhecimento das características físicas do lugar, mas sim da percepção que há uma história por detrás do espaço, neste caso concreto, a história de Calouste Sarkis Gulbenkian. Legenda da foto de Sandra Rocha, Azerbeijão Fundação Calouste Gulbenkian | Sala de exposições temporárias | Av. de Berna 45A | Lisboa | Terça a Domingo: 10h 17h45 | www.gulbenkian.pt/index.php?article=2967&langId=1&format=404

sábado, 22 de janeiro de 2011

Galeria Paula Cabral - Café dos Artistas - Lisboa

Até 31 de Janeiro está a decorrer a exposição colectiva de pintura, escultura, fotografia, cerâmica, instalação e joalheiria, intitulada LisboAnjos. Abordando esta temática tão subjectiva quanto polémica, na medida em que, a diversidade dos trabalhos apresentados, sugere anjos e demónios, anjos bons e endiabrados, figuras etéreas, manchas de luz e sonho que pairam sobre nós e a Cidade. Artistas participantes: Adelaide Barbosa, Ana Galvão, António Mira, Carmen Lara, Cecília Guimarães, Conceição Lacerda, Conceição Rhodes, Cristina Troufa, Eduardo Lima Teixeira, Eduardo Santos Neves, Ewa Kuk, Fátima Neves, Fernanda Pissarro, Filipe Branquinho, Filipe Caracol, Filomena Brito, Firmo Silva, Hans Varela, Heitor Figueiredo, Helena Calvet, Helena Lousinha, Inez Paes, Jean Pierre Santos, Joana Corvacho, João de Azevedo, João Donato, João Figueiredo, João Regueira, José Assis, José Mouga, José Santa Barbara, Juan Blanco, Lemos Djata, Luís Camilo Alves, Luís Monteiro, Luísa Nogueira, Lut Caenen, Mafalda Pires da Silva, Maragarida Areias, Margarida Cepêda, Maria Eugénia Medeiros, Maria de Freitas, Maria Gabriel, Maria Galamba, Maria João Franco, Maria José Meneses, Moisés Paulo, Natasha Cabral, Paul Mathieu, Paulo Canilhas, Rodrigo Alzamora, Rodrigo Costa, Romeu Costa, Rui Paes, Rui Vasquez, Sérgio Amaral, Teresa Mendonça e Teresa Roza D'Oliveira.
Legenda da Imagem: Anjo, José Assis
Galeria Paula Cabral - Café dos Artistas | Rua do Século, 171 | Lisboa | Terça a Sábado das 12h às 20h | www.paulacabral-artgallery.com

VERA CORTÊS ART AGENCY - Lisboa

Que sais-je? Um projecto de Ricardo Nicolau, com a participação: Braço de Ferro | Isabel Carvalho | Paloma Polo | Pierre Leguillon | Sofia Gonçalves e Marco Balesteros | Von Calhau | Participação especial: Ana Jotta. Inauguração dia 22 de Janeiro às 17h e estará patente de 25 de Janeiro a 12 de Março. Que sais-je?, considerada a primeira enciclopédia de bolso, foi fundada em 1941. Foram publicados, desde a sua origem, 3800 títulos, de 2500 autores. Traduzida para 23 línguas, é apresentada como uma das mais importantes bases de dados, e de transmissão de conhecimento, do mundo. Mas o que será o conhecimento? E qual poderá ser, além de ter dedicado alguns títulos a este assunto, a ligação desta colecção à arte contemporânea? Atlas, diccionários, enciclopédias – tudo formas de armazenar e transmitir conhecimento – são suportes recorrentemente replicados (e paradiados) pela arte produzida desde as primeiras vanguardas do século XX. O interesse por aquelas formas não se esgotou, mas associa-se hoje à vontade, por parte de muitos artistas, de repensar aquilo que admitimos enquanto conhecimento, informação, comunicação e partilha de dados. Escolas, academias e aulas são modelos frequentemente empregues por artistas e curadores; como estes se aplicam na organização de workshops, seminários, conferências (muitas vezes auxiliadas por projecções de diapositivos ou powerpoints), ciclos de cinema – tudo formatos iminentemente pedagógicos. Este projecto, Que sais-je?, apresentando livros, panfletos, cartazes, projecções de diapositivos, vídeos, aulas e workshops programados por artistas e editores, confronta-nos com várias perspectivas sobre o que poderá, afinal, significar ensinar e aprender. Os artistas e os editores convidados a participar têm questionado a relação entre as suas respectivas actividades e modelos de transmissão de conhecimento – atestam-no o recurso a modelos de ensino, a materiais e suportes que lhe estão associados, a textos de autores que se dedicaram à pedagogia (John Dewey, Bertrand Russell, John Stuart Mill, o incontornável Paulo Freire).
Vera Cortês Art Agency | Av. 24 de Julho, nº 54, 1º esq. | Lisbon | Terça a Sábado das 14h às 19h | www.veracortes.com

Paço dos Duques de Bragança Galeria - Guimarães


Até 31 de Janeiro está patente a exposição de pintura e escultura, Origens de Francisco Gomes Machado. “ De cada obra que se aprecia, emerge a magia forte e calma do Artista F.G. Machado. A harmonia das cores e a profundidade dos traços dá aos seus quadros um envolvimento de paz e tranquilidade, que extasia. Os rostos escultóricos exprimem diversos sentir de alma e culturas humanas; parece que falam!” (Fernando C. Marques – 2008)
Paço dos Duques de Bragança Galeria | Rua Conde D. Henrique | Guimarães | www.fgmachado.com

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Museu do Oriente - Lisboa

A arte Namban serve de temática à nova exposição que está patente até a 31 de Maio no Museu do Oriente , integra o núcleo Presença Portuguesa na Ásia sob a denominação Encomendas Namban - Os portugueses no Japão da Idade Moderna. A exposição visa reenquadrar o fenómeno namban do ponto de vista da encomenda, dos mercados a que se destinava e dos agentes que lhe estiveram associados, através de um conjunto significativo de peças de artes decorativas japonesas e indo-portuguesas. A exposição reúne um conjunto de obras, mobiliário, têxteis, armaria e pintura, provenientes do próprio acervo do Museu do Oriente e de empréstimos de museus nacionais e coleccionadores privados nacionais e estrangeiros. A cultura material a que se reporta esta exposição agrupa uma variedade de tipologias, formas e suportes, e aponta para um universo sobre o qual muito pouco se sabe: o da encomenda de arte namban no contexto da presença portuguesa no Japão, desde a segunda metade do século XVI até cerca de 1640. No Japão, o termo namban-jin foi, pela primeira vez, aplicado aos portugueses como sinónimo de bárbaros do Sul. Esta designação incluiu, também, outros povos do Sul da Europa, designadamente espanhóis e italianos, presentes no território sobretudo por via da missionação, que marcou indelevelmente um período que ficou conhecido como o século cristão. Testemunho de um encontro que se estabeleceu durante cerca de cem anos, a arte Namban é o resultado de um diálogo complexo, com interesses e expectativas distintas de ambas as partes, e em simultâneo, de uma observação e entendimento mútuos, pautando-se pelo hibridismo, riqueza e adaptabilidade temática, formal e técnica. Espelho do olhar japonês sobre uma parte da Europa dos séculos XVI e XVII, é ainda reflexo da forma como nipónicos e ocidentais se posicionaram face a um mundo novo e estranho.
Museu do Oriente, Avenida Brasília | Doca de Alcântara (Norte) | Lisboa | Terça-feira a Domingo das 10h às 18h | Ingresso: € 5,00 | www.lpmcom.pt

Chiado 8 Arte Contemporânea - Lisboa















A partir de 24 de Janeiro a 11 de Março estará patente a exposição de pintura, Uma história de amor, de Bruno Pacheco A obra de Bruno Pacheco centra-se sobretudo no âmbito da prática pictórica, recorrendo frequentemente à fotografia como ponto de partida. Produzidas pelo próprio ou resgatadas dos mais variados meios e suportes – sejam eles jornais, revistas, materiais publicitários ou a internet – as imagens que servem de base às suas pinturas constituem um álbum em permanente desenvolvimento, cuja orgânica interna é análoga à de uma colecção informal. Organizada em três núcleos distintos, porém concomitantes, a exposição que agora se apresenta permite acompanhar os desenvolvimentos recentes do seu trabalho, bem como aferir a sua vitalidade e progressiva sofisticação. Bruno Pacheco nasceu em Lisboa, em 1974. Vive e trabalha em Lisboa e em Londres. De entre as suas exposições recentes, destacam-se as individuais All Together, Culturgest (2007), e Three Orange Trees, a Box and Some Gloves, Hollybush Gardens, Londres (2010). Em 2004 foi o vencedor da oitava edição do Prémio de Artes Plásticas União Latina.
Legendas das imagens: Y., 2010-2011[pormenor],Cortesia Hollybush Gardens, Londres© DMF, Lisboa | Revelation/Shelter, 2010-2011,Cortesia Hollybush Gardens, Londres© DMF, Lisboa | R., 2010-2011[pormenor], Cortesia Hollybush Gardens, Londres© DMF, Lisboa | B., 2010-2011 [pormenor],Cortesia Hollybush Gardens, Londres© DMF, Lisboa
Chiado 8 Arte Contemporânea | Largo do Chiado, nº8| Lisboa | Segunda a Sexta-feira, das 12h00 às 20h00 | www.fidelidademundial.pt

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ALECRIM 50 GALERIA - Lisboa

Até 29 de Janeiro está a decorrer a exposição de pintura de André Almeida e Sousa. Sobre o trabalho de André nos fala Nuno Costa Santos: "E se eu vos falar de um olhar que não foge, que se fixa, que aprofunda, de uma mão que não se deslumbra, ciente da dificuldade dos processos e dos mistérios de uma investigação paciente, quase eremítica. Uma pintura que começa por ser alvoroço e se transfigura em corpo autónomo e transcendente, lava esquecida do vulcão que a espalhou. Território de camadas feito, sem querer saber onde começou e onde acaba, mapa cromático e de pormenores a descobrir em cada investida.E se eu vos falar de uma pintura que sacode o supérfluo como os animais impacientes. Livre de efeitos, títulos e trocadilhos visuais, sem respirações espúrias e cansaços fáceis, gesto que começa por ser exigência para consigo e acaba como exigência para com o mundo que o contempla.Cada quadro, um universo e uma geografia próprios. A cor como dado sensorial e orgânico, potenciador de contrastes e criador de pontos de luz - unidade nesta diversidade procurada. O inventário dos elementos - figuras humanas, narrativas cruzadas, um corpo suspenso no ar, buracos negros, espadas, copas, barco, céu, comida, espelho - torna-se um truque demasiado óbvio perante uma voz que, ao desfazer as narrativas que simula, nomeia sempre para dizer outra coisa. Cedo se percebe que esta gramática, como acontece com aquilo que é mais fundo em nós, não é verbalizável - ou apenas é verbalizável nos termos incertos e secretos de cada um. Como a memória, substância que se vai revolvendo e alterando sempre que é invocada, barro de que é feita esta matéria. Como a crença, que sustenta tudo isto. Sublime teimosia esta, de quem, nas voltas do seu atelier, afirma, solitária e corajosamente, "eu pinto assim". Alecrim 50 | Rua do Alecrim, 48-50 |Lisboa | 2ª a 6ª das 11h às 19h | Sábado das 11h às 18h | www.alecrim50.pt

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Carlos Carvalho Arte Contemporânea - Lisboa

Até 5 de Março está a decorrer a exposição de pintura There will be no safety zoe de Ricardo Angélico. Para esta exposição, Ricardo Angélico apresenta um novo conjunto de trabalhos onde se podem distinguir duas partes: um grupo de trabalhos inspirado no Ku klux klan, a partir da história de Stetson Kennedy, que nos anos 40 se infiltra no grupo com o objectivo de destrui-lo ou desacreditá-lo; e um outro de pinturas tematicamente independentes, lidando genericamente com noções de aventura, compromisso e opressão em contextos específicos, ficcionados ou não.
Carlos Carvalho Arte Contemporânea | R. Joly Braga Santos, Lote F – R/c | Lisboa | Segunda a Sexta das 9h às 19h30 | Sábado das 12h às 19h30 | www.carloscarvalho-ac.com

GALERIA 111 - Lisboa

A Galeria 111 tem o prazer de apresentar a primeira exposição individual em Lisboa da artista norueguesa, actualmente residente em Portugal, Lisbeth Moe Nilsen (Oslo, 1980), intitulada Tempo, de 13 de Janeiro a 19 de Fevereiro. Os desenhos e objectos realizados pela artista, à primeira vista poderiam ser colocados sob o espectro minimalista, mas num olhar mais profundo revelam características românticas sobre as emoções sentidas e vividas. O branco do gesso, a predileição pelo preto e grafite, e as formas simples e estilizadas de aparente produção mecânica denotam uma depuração da realidade visível e do imaginário cultural e social que envolvem a artista. O longo tempo ocupado na produção preciosa e meticulosa das obras permite ir desvelando sentimentos muito próprios e intimistas que, sendo do foro privado, tocam de diferentes formas em todos nós. Deste modo, as obras apresentadas oscilam entre o natural e o artificial, mas não se fixam em nenhum dos paradigmas. Este lugar híbrido e incerto promove as interrogações e incertezas sobre aquilo que é visto e, sobretudo, sobre aquilo que é sentido. Lisbeth Moe Nilsen propõe uma experiência sensorial e intelectual através de estranhos objectos e desenhos que questionam as nossas relações emocionais de um modo subtilmente inebriante.
Galeria 111 - Campo Grande, 113-A | Lisboa | Terça a Sábado das 10h às 19h | www.111.pt

GALERIA 111 - Porto

A Galeria 111 apresenta a mais recente exposição de Fátima Mendonça, Casa-Carrossel, no Porto, entre 22 de Janeiro e 26 de Fevereiro de 2011. A artista continua a sua investigação em torno da condição humana, questionando a sua própria posição social e política. Esta ligação visual e formal torna-se óbvia através do uso das cores, de elementos femininos e da construção meticulosa criticando, cinicamente, a realidade que a envolve. Na actual exposição, a relação entre a casa – lugar historicamente feminino – e o carrossel – lugar lúdico e de festa – denota uma subversão de ambos os lugares. A casa funciona como uma cela, sem contacto com os mundos exterior e humano. É no telhado desta casa que se constroem carrosséis com materiais familiares (de anteriores exposições da artista): fios emaranhados, formas de bolo, rabos de touro e pernas de toureira. O carrossel, que pode ser visto como um espaço de distracção, é aqui subvertido num espaço de angústia e de impossibilidade de fuga. Visto como uma espécie de labirinto, mais ou menos circular, este carrossel prende a personagem feminina que o percorre de forma obsessiva e, até, violenta. Deste modo, a casa-carrossel tem uma dupla leitura. Por um lado é um espaço encantado pela emoção do divertimento mas, por outro lado, transforma esse mesmo lugar num espaço claustrofóbico e sinistro.
Galeria 111 | Rua D. Manuel II, 246 | Porto | Terça a Sexta das 10h às 19h30|Sábado 15h-19h30 |www.111.pt

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

GALERIA SÃO MAMEDE - Porto | Lisboa


A partir de 27 de Janeiro até 22 de Fevereiro estará patente a exposição de pintura e desenho de Evelina Oliveira. Com o título Palavras que voam sobre as nuvens dos sentidos a exposição que reúne cerca de 30 trabalhos. Evelina Oliveira tem desenvolvido o seu trabalho de pintura em duas linhas diferentes mas complementares, num equilíbrio bem gerido e sabiamente mantido. A primeira linha, é um projecto já com 10 anos de duração que apresenta uma pintura mais conceptual, com preocupações que ultrapassam a simples esfera artística e que se cruzam com os domínios da biologia, da afinidade ou da diferença entre as diversas possibilidades de vida. Uma outra faceta, aquela em que Evelina Oliveira investe a sua criatividade intuitiva, deriva de uma pesquisa íntima e pessoal, de uma busca de memórias, de uma atitude introspectiva. Estas obras conduzem-nos a referências múltiplas do nosso imaginário infanto-juvenil, apresentando um carácter muito mais figurativo e até narrativo. É a partir deste domínio que igualmente têm surgido ilustrações para obras literárias infanto-juvenis, designadamente a conhecida obra Rosa, minha irmã Rosa de Alice Vieira e muitas outras ao sabor de circunstâncias e convites em que a artista se vê envolvida. "Ao contrário das meninas de Balthus que espelham o mundo dos fantasmas dos adultos, a sua perversão, (…) as meninas de Evelina Oliveira são metáforas de uma infância receptiva ao mistério e ao maravilhoso…"(Maria João Fernandes)
Galeria São Mamede | R D. Manuel II, 260 | Porto | R. da Escola Politécnica, 167 | Lisboa |Segunda a Sexta das 10h às 20h e Sábado, das 11h às 19h | www.saomamede.com

GALERIA MONUMENTAL - LIsboa

Até 6 de Fevereiro está patente a exposição de pintura, desenho e escultura, Natureza Morta de Lourenço de Castro. A exposição organiza-se e distribui-se por núcleos constituídos por imagens (pinturas e desenhos) e objectos, agrupados segundo critérios de afinidade visual, ou seja, semelhanças formais, pictóricas e cromáticas. O objecto tem como referência a imagem, ou a imagem tem como referente o objecto? Questão em aberto em que a resposta não é importante. Interessa mais a ligação que as peças estabelecem entre si, de um modo indirecto, determinando coordenadas intensivas de investigação e trabalho, criando assim uma dinâmica recíproca entre um modelo/referente e uma imagem/objecto resultante, sem saber qual é o original e a cópia. Utilização superficial de uma tipologia da história da pintura, que não pretende ser ilustrativo, nem crítico desse género. Serve de estrutura a um processo de trabalho, permitindo o estabelecimento de um campo de referência interno, em que as peças se alimentam uma às outras. São o reflexo do reflexo do reflexo…Obras parasitárias. A imagem do objecto. O objecto da imagem. www.naturezamorta2011.blogspot.com
Galeria Monumental | Campo dos Mártires da Pátria, 101 | Lisboa | Terça a Sábado das 15h às 19h30

GALERIA ART LOUNGE - Lisboa


Até 20 de Fevereiro está patente a exposição colectiva 2011 de fotografia, pintura e escultura dos artista da Galeria Art Lounge. Tais como: Uiso Alemany, Carmen Calvo, Hélio Cabral, David Bramante, Florian Raiss e GianFranco Meggiato. No Piso Inferior continua a exposição do Artista Valenciano, Vicente Peris entitulada Paserelle de homenagem à estilista Portuguesa de renome internacional Ana Salazar.
A Galeria ART LOUNGE | Rua António Enes, 9c | LISBOA | Segunda a Sexta das 11h às 19h30 | Sábado por marcações | www.artlounge.com.pt

GALERIA FERNANDO SANTOS - Porto

A partir de 22 de Janeiro a 5 de Março estará a decorrer a exposição de fotografia , Snapshot Square - Uma fotografia por dia de Pedro Quintas. “No início dos anos sessenta a Kodak lançou uma serie de câmaras baratas com poucas ou nenhumas regulações que permitiam a qualquer pessoa ter uma câmara de bolso e fazer fotografias point and shoot sem qualquer conhecimento técnico. 
O sucesso foi estrondoso e durante os anos sessenta e setenta foram vendidos milhões. 
Durante esse período começaram a aparecer câmaras ainda mais baratas essencialmente dedicadas às crianças. Muitas foram feitas para serem oferecidas como brindes ou prémios. Eram totalmente feitas em plástico incluindo as lentes e foram designadas toy cameras. Assim os resultados das fotografias tiradas com essas máquinas eram totalmente aleatórios e muitas vezes surpreendentes. 
Sempre gostei dos erros aleatórios produzidos pela pouca qualidade das câmaras fotográficas dos primeiros telemóveis, mas hoje em dia com os avanços tecnológicos, qualquer câmara barata de um telemóvel consegue tirar fotografias com uma qualidade razoável e sem grandes margens para erros aleatórios. 
Mas com o iPhone, um telemóvel onde é possível instalar várias aplicações algo mudou. Vários programadores criaram simuladores das famosas toy cameras. 
Após instalar uma dessas aplicações fiquei muito entusiasmado com resultado. Finalmente tinha uma toy camera no bolso 24 horas por dia sem os problemas da fotografia analógica. 
Após várias experiências decidi-me por um projecto. Fazer uma fotografia por dia e construir uma página documental na internet.
Nesta exposição estão todas as 365 fotografias tiradas durante o ano de 2010.” (Pedro Quintas, 2010)
Galeria Fernando Santos | Rua Miguel Bombarda, 526 | Porto | Terça a Sábado das 15h às 20h | www.galeriafernandosantos.com

GALERIA TRINDADE - Porto

A partir de 22 de Janeiro a 28 de Fevereiro estará a decorrer a exposição de pintura, Reflexos e Camuflagem de Rogério Silva. Se entendermos que a Camuflagem é o recurso resultante da acção para a seleção natural sobre uma determinada espécie, permitindo a um dado organismo ou objeto permanecer indistinto do ambiente que o cerca, somos lançados para a ideia de uma integridade Universal e para uma abordagem ilusionística e interrogativa entre a aparência do que existe e do que não existe. É no seio dessa dualidade protectora da Natureza, que as regras da existência humana se afirmam na sua mais pura substância enquanto contraparte de uma existência invisivel. Este grupo de pinturas agora expostas, pretendem abordar a manifestação desse mundo vivido e intimamente camuflado. Momento desvelador de energias, apontando para universos subjectivos onde o Homem, participante incondicional da sua própria Natureza e protegido pela sua singular condição metafísica e Universal, orienta-se e movimenta-se em territórios telúricos, os quais lhe dizem respeito, onde a Grande Obra se manifesta no espanto do seu olhar.(Rogerio Silva São Pedro de Sintra, 2010)
Galeria Trindade | Rua Miguel Bombarda, 200 | Porto | Terça a Sexta das 14h às 19h |Segunda e Sábado das 15h às 19h | www.galeriatrindade.co.pt

MCO ARTE CONTEMPORÂNEA - Porto

A partir de 21 de Janeiro estará patente a exposição de pintura Passagem de João Cruz Rosa. João Cruz fala-nos sobre o seu trabalho: " Passagem porque ligação, ponte entre antes e depois. Porque, como num livro, é uma pequena parcela de um todo (o meu percurso). As obras, feitas para a galeria MCO, são de um conjunto maior de trabalhos, executados durante 2009 e 2010, sempre sob constantes interrogações. Como se me fora imposto /sugerido um balanço sobre toda a minha actividade. Reportando, por núcleos : Árvores Novas (Com Tutor), como tudo o que é jovem; Velho Tronco De Árvore com feridas e torções, que um dia cometidos, marcam, distinguem e individualizam aquele ser para sempre; Who Loves The Sun por audição e estímulo de uma música dos Velvet Underground que transpus para outro enredo. Para quê a pintura de contemplação e apreciação do belo, quando a realidade diária só nos revela instabilidade e desacerto, quando qualquer postura ideal e ingénua é, por força, atropelada? Que sentido faz dispormo-nos à dedicação e persistência em tempos ainda, de continuada premiação de imediatismos? Deslumbramentos… Merecemos tanto? Os restantes títulos What’s The Use e White Elephant vieram, em sequência, balizados por idênticos raciocínios."
MCO ARTE CONTEMPORÂNEA | Rua Duque de Palmela, 143 | Porto | Terça a Sábado das 15h às 19h | www.mcoart.com

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

GALERIA ARTE PERIFÉRICA - Lisboa

A partir de 15 de Janeiro a 10 de Fevereiro estará a decorrer a exposição de pintura, Ele, elas, eles e ela do artista Mario Vela.
" Como quase sempre, sinto-me pintor, numa altura em que a pintura convive com outras disciplinas mais jovens, prefiro comunicar com cor, com pinceladas, com expressões nas caras, com contrastes de cor ou de ritmos, com o erotismo subentendido, com o prazer do que se vê, e esse é o único fim. Cada cor é uma decisão, cada pincelada um risco, cada expressão uma informação que há que medir: quanto da minha extroversão tenho que mostrar numa obra? Umas vezes sinto que me dispo demasiado. Só o tempo revela o resultado de cada obra. Quando pinto um quadro, gosto de o mostrar e discutir as decisões. Pouco a pouco separa-se de mim e ganha vida própria. Os quadros desta exposição estão condicionados por uma experiência que tive este ano. Surgiu-me um trabalho em que fiz uma actividade com pessoas que nunca tinha pintado antes, pelo menos enquanto adultas. Foram mais de 150 pessoas que enfrentaram um cavalete, tintas acrílicas, pincéis e uma tela com um retrato deles realizado por mim a carvão, e pedi-lhes para tentarem interpretar-se expressivamente, não de forma natural - como forma de favorecer a criatividade e a surpresa. Ao princípio muitos negaram-se a participar, porém, não sei como, todos acabaram por pintar e para minha surpresa praticamente os 150 apreciaram a sua obra, voltando a ser crianças. Percebi que a pintura é algo primitivo, é uma forma de expressão necessária. Todos os pais damos aos nossos filhos, quando são pequenos, cores para que se expressem, porém com o tempo vamos deixando de as usar. A felicidade que sinto quando acerto ou creio acertar, ou a espontaneidade ou os imprevistos me surpreendem, é a mesma que vi neles. Nesta exposição deixei caminho aberto para novas cores - cinzentos, castanhos - pouco habituais em mim, e retomei às cores uniformes e primárias. Quando se consegue transmitir pela cor, o desenho, a expressão, não é necessária uma explicação para entender a obra. Esse foi o objectivo. Pintar, criar, pensar, são uma maneira de entender a vida, umas vezes com angustia e outras com prazer, não tem explicação, mas é o que fazemos os artistas. Cada vez que faço uma exposição procuro encontrar um fio condutor, algo comum que me motive; nalgumas ocasiões senti-me preso a esse fio condutor, a essas coincidências, e agora quis-me despojar e trabalhar de uma maneira individual ou, no máximo, em pares, segundo o que me pede umas vezes a cabeça, e outras o coração; desta vez quero mostrar um conjunto de individualidades, de quadros que podem considerar-se únicos, que não pertencem a nenhuma série, mantendo apenas a minha linguagem reconhecível, o meu mundo, o que quero expressar. Ele, elas, eles e ela reúne diferentes personagens, diferentes momentos, quadros independentes e livres." (Mario Vela) Galeria Arte Periférica | C. Cultural de Belém, Pr. do Império - Loja 3| Lisboa | Todos os dias das 10h às 20h

PERVE GALERIA - Lisboa













A exposição Recordatório mantém-se em exibição nas Galerias Perve em Alfama e Alcântara até ao dia 22 de Janeiro. A exposição integra obras de Malangatana e Shikhani e é prolongada para evocação destes dois nomes fundamentais da arte da Lusofonia, recentemente falecidos. Ambos Moçambicanos e contemporâneos, unia-os o parentesco mas mais do que tudo, unia-os uma visão artística e um desígnio comum: o de projectar internacionalmente as artes do espaço Lusófono, partindo de África. E ajudar ao desenvolvimento do seu país.
Algumas das obras iniciais de Malangatana podem também ser vistas na exposição As Áfricas de Pancho Guedes, patente no Mercado de Santa Clara, em Lisboa, até 8 de Março. Recordamos que ao longo dos anos, desde a fundação da Perve Galeria no ano 2000, tem sido dado destaque sistemático a estes dois artistas, tendo sido Shikhani representado em exclusivo pela Perve Galeria desde 2003 e objecto de um documentário. Recentemente foram expostas obras dos dois artistas na exposição itinerante "Lusofonias | Lusophonies", apresentada em Novembro na Galeria Nacional de Arte do Senegal, em Dacar, e na Arte Lisboa. A exposição assinala também o 90º aniversário de Cruzeiro Seixas, com obras de autores surrealistas nacionais e internacionais e integra também uma extensão da exposição Lusophonies | Lusofonias da qual Cruzeiro Seixas participou, sobretudo com obras do período em que viveu em Angola na década de 50 do século passado.
Legenda das Imagens : Malangatana e Shikhani
Perve Galeria | Alfama - Rua das Escolas Gerais nº 17, 19 e 23 | Lisboa | Segunda a Sábado das 14h às 20h
Perve – Galeria 2 | Alcântara – Av. de Ceuta, Lote 7, loja 1 | Lisboa | Segunda a Sábado - visitas sob marcação T (00351) 218822607/8 | www.pervegaleria.eu

GALERIA FONSECA MACEDO - Ponta Delgada

Propriedade Horizontal, a primeira exposição de Catarina Botelho na Galeria Fonseca Macedo, dá continuidade à sua proposta que a vida, método e objecto de trabalho se entrelacem numa única superfície. Analisando as imagens que perfazem a mostra, produzidas entre 2009 e 2010, apercebemo-nos que o olhar se desviou, por completo, das pessoas. Fixou-se em configurações sensíveis que ocorrem numa horizontalidade, como sugere o título, mas também invocada pela qualidade horizontal da natureza morta. Uma camisa suspensa, um amontoado de roupa sobre uma cama verde, um livro e uma bolsa sobre o tampo de uma mesa, o canto de uma arquitectura enigmática. Ainda que sejam imagens despojadas de pessoas, são povoadas pela sua recente presença agora feita de ausência. (Maria do Mar Fazenda) A exposição está patente até 4 de Março.
Legenda da imagem: S\Título (toalha), 2010, impressão a jacto de tinta s\papel de algodão

Galeria Fonseca Macedo | Rua Dr. Guilherme Poças Falcão, 21 | Ponta Delgada | Segunda à Sábado das 14h às 19h | www.fonsecamacedo.com

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

CAV Centro de Artes Visuais - Coimbra

O Centro de Artes Visuais apresenta The G in Modernity Stands For Ghosts, uma exposição de Runo Lagomarsino, que está patente até 27 de Fevereiro. Este projecto integra-se na programação Project Room, comissariada por Miguel Amado, que contou já com exposições de Rodrigo Oliveira, Rä di Martino, Katarina Zdjelar, Joana Bastos e Raquel Feliciano. Com carácter experimental e amplitude internacional, esta iniciativa visa divulgar, no nosso país, as mais recentes tendências da arte contemporânea no domínio da criação emergente. Nesta exposição, reúnem-se seis obras que analisam os aparelhos ideológicos que sustentam o poder à luz da relação entre o Norte e o Sul no contexto pós-colonial. A actividade de Runo Lagomarsino debruça-se sobre as representações do Outro, tanto a nível iconográfico como discursivo, que alicerçaram o predomínio civilizacional da Europa e, posteriormente, da América do Norte, sobre as restantes zonas do mundo. Por exemplo, na exposição Las Casas Is Not A Home, realizada em 2009, o artista inspirou-se na acção de Bartolomé de Las Casas para abordar a disseminação da língua como estratégia colonialista de formação identitária. Nesta exposição, o artista reflecte acerca da geografia como pensamento e prática científicas que naturaliza uma relação de forças desigual à escala global. No vídeo The G in Modernity Stands for Ghosts (2009), que intitula a exposição, mostram-se pedaços de papel amassado a arder no interior de uma caixa; previamente recortados de um atlas, estes reportam-se a regiões desabitadas do planeta. O artista explora, assim, o modelo de desenvolvimento das sociedades ocidentais inscritos em processos históricos de matriz colonial.
CAV Centro de Artes Visuais | Pátio da Inquisição, 10 . Apartado 6026 | Coimbra | Terçaa Domingo das 14h às 19h

Galeria do Forte S. Jorge de Oitavas - Cascais

A partir de 14 de Janeiro a 30 de Abril estará a decorrer a exposição de pintura Winds of Change do artista José Carrasco. Carrasco afirma-se como autodidacta, de influências e estilos variados do clássico ao contemporâneo. No seu trabalho reflete uma busca permanente por novas técnicas, associadas à criatividade, procurando atingir um resultado original. A mistura de cores e texturas simboliza a diversidade obtida na passagem por diferentes lugares ao longo da vida.
Galeria do Forte S. Jorge de Oitavas | Estrada do Guincho | Cascais | Terça a Domingo das 10h às 17h

CAV Centro de Artes Visuais - Coimbra

O Centro de Artes Visuais apresenta Lighten Up, uma exposição de João Onofre, com curadoria de Marc-Olivier Wahler, que está patente até ao dia 27 de Fevereiro. Lighten Up reúne uma série de obras, datadas entre 2006 e 2010, nunca antes expostas como um todo em Portugal, revelando assim a consistência do corpo de trabalho de João Onofre. A exposição apresenta diferentes media, desde performance, desenhos baseados em texto, fotografia, até ao vídeo, através dos quais o artista tem vindo a articular o seu trabalho. No vídeo HD Untitled (Leveling a spirit level in free fall feat. Dorit Chrysler's BBGV dub), 2009, Onofre filma as cinco melhores tentativas num dia em manter direito um nível de bolha de ar em queda livre. Esta performance sisífica em filme, apresenta o tema Good Vibrations com interpretação e arranjos em Theremin, de Dorit Chrysler. A série em acrílico sobre papel de algodão (2007-2009), consiste em desenhos pretos, quase monocromos e idênticos, com transcrições precisas de diferentes momentos de músicas nas quais os vários cantores usam as palavras see e nothing. Como transcrições, estas frases são reescritas de modo fonético, longe da linguagem inglesa gramaticalmente correcta. Consequentemente, os respectivos desenhos promovem um mise-en-âbime, frustrando a possibilidade de encontrarmos um entendimento único para eles, tal como nos evidenciam a impossibilidade de fixar um sentido inequívoco para a contemporaneidade. A série fotográfica de formato documental, Every Gravedigger in Lisbon (2006), retrata homens e mulheres que trabalham nesta profissão em Lisboa. Cada modelo usa óculos de sol idênticos, que conferem um aspecto unificador aos diversos indivíduos e funcionam como elemento disruptivo no género da fotografia documental. No seguimento do mesmo eixo conceptual, será apresentado o filme HD Thomas Dekker, an interview (2006), que reflecte sobre a natureza da Imagem e sobre a produção das imagens. Uma nova performance, Untitled (La nuit n'en finit plus), 2010, será interpretada A Capella por Beatriz Mateus na inauguração, bem como durante e no encerramento da exposição. Legendada imagem: Untitled (Leveling a spirit level in free fall feat. Dorit Chrysler’s BBGV dub), 2009
CAV Centro de Artes Visuais | Pátio da Inquisição, 10 . Apartado 6026 | Coimbra | Terçaa Domingo das 14h às 19h

Ermida Nª Srª da Conceição Galeria - Lisboa

A Ermida Nª Srª da Conceição abre a programação de 2011 com a exposição da artista plástica Ângela Ferreira, Paradys escrito em afrikander e em homenagem à segunda casa de Gawie Fagan que se chama justamente paradys. A peça principal da exposição é uma escultura de um portal de entrada, uma escultura linear em madeira, equivalente a um desenho no espaço de quatro portas fechadas que visualmente definem um espaço enclausurado – paradys ou paraíso. Construída segundo as portas que o arquitecto Carlo Scarpa desenhou no final da Segunda Guerra Mundial para a Gallerie dell’Accademia, em Veneza, esta escultura convida-nos a um momento de reflexão entre o espaço e o tempo, entre a presença do velho e antigo e do novo, entre o usado e o ideal platónico da arte. A exposição está patente até 28 de Fevereiro.
Ermida Nª Srª da Conceição - Travessa do Marta Pinto, 21 | Lisboa (perpendicular à Rua de Belém) - Terça a Sexta das 11h às 13h e 14h às17h | Sábado e Domingo das 14h às 18h | Encerrado segunda-feira e feriados |www.ermidabelem.com

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Inter-Atrium Arte Contemporânea - Porto


A partir de 15 de Janeiro a 26 de Fevereiro estará patente a exposição de Martin Bradley, Aguarelas: 1990-2005. À primeira vista as obras de Martin Bradley podem induzir-nos no erro de as considerar ligeiras, sem reflexo. A sua frescura, a execução simplista, a vivacidade do colorido, a grande fantasia das composições, o aspecto simpático dos personagens como bonecos de diversão...a expressividade tão directa...tudo irradia espontaneidade e produz uma sensação de optimismo ingénuo, de alegria quase inconsciente. Contudo, se as observarmos com mais atenção, percebe-se que não é tudo tão evidente e simples. A profusão de grafismos, signos, símbolos e formas estranhas enevoam o seu significado, dificultam a sua compreensão. Pois, se para ele pintar, é tão fácil quanto falar ou escrever, através de formas e cores, o que na realidade importa, como em qualquer linguagem, é o significado dessas imagens que nos oferecem, desde divertidas críticas de costumes a profundas reflexões sobre o ser ou o tempo. Por vezes, o autor proporciona-nos pistas, algumas inclusivamente, por escrito, no próprio quadro, mas nunca teremos todas as chaves para entrar no enigma, decifrar os seus códigos, alguns de tal forma inconscientes que nem para ele são diáfanos. Todavia, a intuição da complexidade da sua obra não nos deve impedir de a desfrutar sem, contudo, cair em excessivo intelectualismo, basta com que abramos a nossa sensibilidade para que não fiquemos à superfície, além de que permite diversos níveis de leitura ( as crianças desfrutam ante estas obras que lhes sugerem mil e uma histórias) todos eles válidos, desde o mais imediato ao mais profundo. Nem sempre, a fonte, a origem de onde se alimenta e surge a obra de um artista, as influências, que se lhe pode notar, são conscientes, e muitas vezes tão somente, parecidos casuais. Na obra de Bradley parecem confluir um sem fim de elementos da cultura universal, da arte oriental e ocidental misturadas num fluxo de criatividade espantosa e inesgotável. Conhecendo o predomínio de escritores no seu circulo de amigos, não é de estranhar a sua predilecção pela literatura como fonte directa de inspiração que lhe sugere, quase dita, imagens. Neste campo, as suas preferências decantam-se pela narrativa fantástica, os contos japoneses e, sem dúvida, Lewis Carroll com Alice no País das Maravilhas, o qual teve ocasião de ilustrar com 64 litografias para uma Edição Especial de l’Imprimerie Nationale. Um repertório inesgotável de recursos pictóricos ao serviço da imaginação privilegiada de um fabulista que configura um universo dotado de um sentido filosófico profundo e ambientado num subtil sentido de humor. A pintura de Martin Bradley tornou-se uma espécie de mitologia pessoal com a sua própria iconografia e simbologia, actualizando algo tão intemporal como o surrealismo que sobrevive desde El Bosco, mas que, ao mesmo tempo apresenta uma visão comprometida do mundo em que actualmente vivemos. Com uma trajectória vital e artística, inseparável, formando uma metáfora de viajem, a viajem física ( observemos a frequente representação de barcos, comboios ou aviões) mas, também, a viajem de vivências, mental, de exploração (Marco Polo) e, a de engrandecimento espiritual na experiência (Ulisses), à qual se une o canto constante à universalidade, a uma humanidade unida na riqueza da sua própria diversidade, são, também, atributos que emanam da sua obra. Por tudo isto, podemos afirmar que este poliglota vocacional, viajante indómito e aventureiro desde a infância, sempre à procura da sua verdade e do conhecimento, simboliza com a sua pintura o espírito sincero e utópico de algo tão actual como a globalidade, mas não de uma globalidade falsa que obedece a interesses mercantis como aquela que nos querem impor, sim uma autêntica, de pessoas, costumes, culturas e línguas, capaz de diluir as barreiras do tempo, do espaço e das fronteiras. (Raquel Medina de Vargas|Doutora em História de Arte|Critico da Associação Internacional de Críticos de Arte)
Inter-Atrium Arte Contemporânea | Av. Boavista, 3041| Porto | Segunda a Sexta das15h às 20h| Sábado das11h às 13h e 15h às 20h | www.interatrium.com

Appleton Square - Lisboa

A partir de 13 de Janeiro a 5 de Fevereiro estará patente a exposição de BELÉN URIEL NI BLANCO, NI NEGRO. A expressão que serve de título a esta exposição de Belén Uriel (Madrid, 1974) aponta imediatamente no sentido da ambiguidade. Na forma negativa em que se enuncia, Ni blanco, ni negro tem a dupla capacidade de nomear o intervalo como fulcro do projecto que agora se apresenta, e de eleger a dúvida como método dilecto para a sua exploração. Tomadas no seu conjunto, as peças aqui reunidas dão continuidade a um corpo de trabalho no qual a artista se ocupa do modo como a desconstrução das estruturas materiais do nosso quotidiano permite revelar a natureza contingente dos mecanismos simbólicos que lhes subjazem e os redutos discursivos que nelas convergem. A primeira obra que encontramos, também ela intitulada Ni blanco, ni negro (2010), tem por base a observação directa de um fenómeno político-cultural muito concreto: em Outubro de 2007, o parlamento espanhol aprovou a chamada Lei da Memória Histórica, cujo texto determina a retirada e o desmantelamento dos símbolos franquistas ainda existentes nos monumentos públicos. Sendo, em si mesmo, um acto de inegável complexidade político-filosófica, este gesto de apagamento institucional deixa indelével o confronto ideológico que se joga nesta decisão, e que tem por base o cariz propagandístico de uma parte significativa da escultura monumental. Foi precisamente sobre os dispositivos que sustentam a valência propagandística da escultura, e não sobre a sua vertente iconográfica, que Belén Uriel se debruçou para a realização desta obra.
Embora o outro trabalho presente nesta sala não nos devolva uma resposta cabal a esta questão, a sua estrutura contribui de forma substancial para aprofundar o universo aflorado na exposição. Composta por quatro imagens de guardanapos de cerimónia, esta obra amplia a temática da solenidade levantada pelo pedestal, invertendo, porém, todas as condições da peça anterior. Se o acesso ao objecto em si nos é agora negado por intermédio da sua apresentação como imagem (assumindo-se assim como uma representação), não deixa de ser possível perceber-se que estamos perante sucessivos arranjos manuais de uma mesma matéria vernacular – o guardanapo – cujo estatuto simbólico está associado a normas protocolares, que tanto se podem aplicar em meros encontros familiares como em eventos de estado. Contrariando a perenidade do pedestal, os guardanapos de cerimónia são esculturas circunstanciais e efémeras que pretendem sinalizar e conferir dignidade a um evento cuja realização se inicia no momento em que as próprias estruturas se desfazem.
É notória também a forma como ambos, pedestal e guardanapos, enunciam uma ausência. Se ao pedestal falta a estátua que lhe justifica a existência, também os guardanapos se afirmam para lá de qualquer referência à sua hipotética aplicação cerimonial. No seu conjunto, estes últimos configuram um catálogo de onde sobressaem as diferenças entre cada exemplar, centrando a tónica desta obra mais na variável observada do que no estatuto concreto de cada uma das quatro formalizações.
Esta é, aliás, uma ideia que aparece reforçada em Sixteen Arrangements (2010), a última obra desta exposição. Aquilo que aqui nos é dado a ver são 16 imagens, dispostas em banda, de outras tantas composições elaboradas a partir de maquetas das peças presentes em Ni blanco, ni negro. Ni blanco, ni negro fala-nos de transitoriedade. De certa forma, é possível encarar todas estas obras como provas de estado, como instâncias intermédias de um acto performativo que deliberadamente omite o seu início e o seu fim. Mesmo as formas aparentemente acabadas dos guardanapos e maquetes são subvertidas pelo contexto serial em que são incluídas, sublinhando o processo combinatório que as impulsionou e cujo objectivo último é a sua própria representação. Assim como a fotografia nivela e retira espessura aos objectos que apresenta, também a repetição exaure estes objectos de todo o simbolismo que pretensamente lhes cabia para os transformar em lastros, em corpos que balizam um intervalo, em momentos suspensos prestes a converterem-se em gesto.(Bruno Marchand, Janeiro de 2011)
Appleton Square | Rua Acácio Paiva, 27, R/c| Lisboa | 3ª a Sáb. das 15h às 20h | www.appletonsquare.pt

MÓDULO CENTRO DIFUSOR DE ARTE - Lisboa

Até 8 de Fevereiro está a decorrer a exposição de uma nova série de pinturas que sucedem ao trabalho mostrado na última individual de Daniel Melim ( 1982, Coimbra ) no Módulo, onde o pintor construía em primeiro lugar o modelo, que depois pintava sob uma placa de vidro. Aqui nestes últimos trabalhos, Daniel Melim retoma o a construção prévia do modelo a ser pintado. “ Estas novas pinturas são feitas com tinta acrílica sobre uma membrana acrílica transparente, que é o seu suporte. Esta película é colocada esticada na vertical entre o observador e a coisa – modelo. Neste processo começo por pintar em primeiro lugar os pormenores, e no final o fundo, a imagem toma forma. Durante o processo, só pode ser vista a pintura se der a volta e for ao outro lado, à face da película que está voltada para a coisa - modelo, pois é desse lado que a pintura se vai dar a ver no final ao espectador. O que sucede, então, é que na verdade durante a maior parte do processo só vejo as “costas” da pintura.Se, por um lado, isto torna necessário o estabelecimento de um grau de rigor na escolha e manutenção do ponto de vista e de outras variantes do pintar (para que este processo de pintura “invertida” não desemboque em cegueira inconsequente), por outro lado liberta-me da pressão de estar sempre a lidar com os meus próprios juízos sobre o que faço. Ou seja, maior parte do tempo o observador apenas tem, com um único olho aberto, como no perspectógrafo Renascentista, de “copiar” para a película as formas e as cores que vê do modelo através da própria película. Os modelos são feitos de materiais diversos ( p.ex.: tecidos, paus e garrafas de plástico) e instauram presenças evocativas mas difíceis de nomear com precisão. Nesse sentido, para que seja livre a relação do espectador com a pintura, nem as obras nem a exposição têm título.” (Daniel Melim) Daniel Melim formou-se em Artes Plásticas- Pintura na Faculdade de Belas Artes de Lisboa e em 2007 foi Prémio EDP Novos Artistas 2007. Legenda da imagem: Sem título, 2010, acrílico sob membrana acrílica, 120 x 115 cm.
MÓDULO CENTRO DIFUSOR DE ARTE | CALÇADA DOS MESTRES, 34 A | LISBOA | Terça a Sábado, excepto feriados, das 15h às 20h

Allarts Gallery - Lisboa

A partir de 20 de Janeiro a 15 de Fevereiro estará a decorrer a exposição de pintura de diversos pintores que, partindo da abordagem ao tema Mulher, o trataram em perspectivas diversas e nas suas linguagens artísticas e conceptuais. Partindo assim de um conjunto aparentemente eclético de composições, em estilos, técnicas e alcances estéticos variados, o resultado manifesta-se surpreendente atenta a harmonia global desta exposição colectiva que, verdadeiramente, encontra esse equilíbrio na forte correlação e interacção dos elementos que, em cada obra, deixam transparecer a sensibilidade e os afectos indissociáveis da essência de ser Mulher. Artistas participantes: Ana Cristina Dias, Teresa Viotti, Françoise Collandre, Lluïsa Jover, Ada Breedveld, Lopez Herrera e Jorge Valdivia.
Allarts Gallery | Rua da Misericórdia, 30 | Lisboa (Chiado) | Terça a Sábado das 10h às 19h |www.allartsgallery.com

MARZ Galeria - Lisboa

A partir de 15 de Janeiro a 13 de Março, estará patente a primeira exposição individual de Ana Manso intitulada, UNIVERSAL.
Recorrendo à pintura sobre tela, papel e parede (a última executada, necessariamente, in situ), a presente exposição reflecte o diálogo que a artista estabelece com o medium da pintura, bem como a avaliação e distância crítica que procura manter com a sua obra, a partir do momento em que começa a espalhar óleo ou a aplicar spray sobre a superfície escolhida, até o momento em que monta o trabalho no espaço, espacializando-o, criando com ele uma envolvência para o espectador. Tendo apresentado e iniciado a sua produção no âmbito da iniciativa O Declive, tratando-se de uma individual, esta exposição apresenta a amplitude da sua ainda jovem produção e o modo como procura articular os seus diversos suportes, que englobam o papel impresso com imagens encontradas, de natureza mítica, que sofreram um processo de redimensionamento e pintura, telas de dimensões médias, e por fim, as paredes do próprio espaço expositivo. Estes suportes são estruturados de forma a tecer uma narrativa, uma cadeia ou tecido de ideias associadas. No caso da exposição, a artista estrutura e dá corpo a um texto visual provisório, utilizando determinados sinais gráficos, neste caso, o til, que em português serve para indicar a nasalidade da vogal, bem como uma espécie de ponto final fragmentado. Inseridos no espaço, a artista liga e modula os diversos trabalhos através desta quase construção frásica. Quando observados, estes sinais, juntamente com o alinhamento das peças, anunciam momentos de silêncio e de calma, outros de grande expressividade, ou até mesmo de exultação. Estes instantes - de tensão, percepção, colisão ou fluxo, de intersecção e de cruzamento - gerados por operações de contraste, oposição e equilíbrio, à imagem do movimento sereno das marés ou então, e por contraste, o impacto das vagas que por vezes se faz sentir, imprimem valores de unidade, harmonia, domínio, conflito, repetição e variação à leitura.
Embora o trabalho de Ana Manso provenha da cor, a sua pintura é um regresso ao primado do nocturno. Quando observado, o manto negro que cobre a cor dificulta a visualização, inibindo a fácil descrição ou designação de cada trabalho. As texturas inconstantes do medium, aliado a cores mutáveis, que alteram subtilmente com a qualidade de luz existente, encontram-se imersas numa escuridão que se antecipa e que regride, numa espécie de vai e vem. Primeiro plano e fundo confundem-se, agitam-se. Não figurativa, indefinida, atmosférica, não hard edge, o processo da pintura em si, a artificialidade da pintura como puro gesto e cor, é adoptada pela artista para produzir e apresentar imagens onde a forma, a reverberação e o sentido emergem da superfície pintada. Extraídas das zonas mais remotas do consciente, a figura que surge deste lugar – o abismo ou eclipse – é um símbolo de enorme valia universal. ND
MARZ Galeria | Rua Reinaldo Ferreira 20-A | Lisboa | Quarta a Sábado das 12h às 20h e Domingo das 14h às 20h | www.marz.biz