Até 17 de Setembro (encerra durante Agosto), está patente a exposição colectiva, Relicário, com obras dos artistas: Francisco Leiro, António Olaio, Pedro Proença e Pedro Tudela. "…Porém, se analisarmos em sentido mais lato o porquê desta mostra, gostaria de vos remeter para algumas questões ou estados de alma que me são muito chegados tais como o nobre sentido de coleccionar. Pode-se coleccionar de várias formas e com diversas finalidades. Por mera paixão, por investimento ou conciliação entre os dois, nostalgia do passado como antiguidades, arte moderna e contemporânea, objectos vintage, design ou até caixas de fósforos, asas de borboletas e tudo o mais que nos der satisfação ao ego. A pura paixão por belos objectos, o sentido de posse por algo que passou por outras mãos em épocas diferentes, o mero investimento, ou a conciliação e conjugação de vários destes factores não serão finalidades de mera displicência. Em qualquer destas situações um facto é garantido. É bom guardar coisas. É confortante vê-las colocadas nos muros e vitrinas do interior dos nossos pequenos castelos, fascinante revê-las após tempos guardadas nos baús antigos, ou modernos armazéns climatizados. Mostrá-las com certeza àqueles que connosco melhor as sabem apreciar, compartilhar, mas também aos mais novos que já se perfilam nos percursos da verdadeira curiosidade, consciencializando-os para a importância daquelas, enquanto bens patrimoniais transmissíveis, de geração em geração. Eu também gosto de guardar. Colecciono muitas coisas. Objectos diversos que pela sua singularidade poderão ser de duvidoso óbvio a outros olhos, mas emocionalmente muito representativos para mim, pequenas antiguidades, peças vintage e design e por razões afectivas e de percurso profissional bastante arte contemporânea. Convictamente misturo tudo. As coisas belas quando são belas, dão-se bem umas com as outras. Podem estabelecer diálogos perfeitos e estimular energias latentes. Dedico esta pequena exposição relicário aos que sabem guardar coisas, aos que superiormente as souberam criar e ao tempo, que na sua sábia patine, as fez preservar, para deleite da nossa memória colectiva. Espero repetir na próxima temporada, convidando outros artistas que por aqui passaram deixando o seu carinhoso toque de Midas, alargando-a a comissários que se possam interessar por esta ideia convertendo-a quem sabe, numa verdadeira peça de colecção? Os meus especiais agradecimentos aos artistas Francisco Leiro, António Olaio, Pedro Proença e Pedro Tudela que abnegadamente contribuíram para os inícios do meu percurso de galerista e me dão agora a oportunidade de retribuir, relevando assim a sua pertença ao património histórico desta galeria."( parte do texto de Pedro Oliveira)
Galeria Pedro Oliveira | Calçada de Monchique,3 | Porto | Terça a Sábado das 15h às 20h | www.galeriapedrooliveira.com
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