Até 28 de Agosto está patente a exposição Cem vezes Nguyen que apresenta o trabalho de Alfredo Jaar no âmbito do Festival PhotoEspaña 2011. Nascido em 1956 em Santiago do Chile, Alfredo Jaar tem a arte de fazer as perguntas incómodas da maneira mais simples e fatual. Numa das suas peças emblemáticas, pela primeira vez apresentada em Portugal, lança uma das mais pertinentes interrogações que é possível formular sobre o mundo complexo em que vivemos. Cem vezes Nguyen (1994) é uma espécie de álbum de recordações da sua visita a um campo de refugiados vietnamitas, em Hong Kong, em 1991, onde o artista encontrou a pequena Nguyen Thi Thuy. Em homenagem às crianças nascidas nos campos, e de entre as 1378 fotografias tiradas durante a sua estada, ele escolheu publicar apenas o retrato desta menina, repetido cem vezes. Alfredo Jaar fotografou-a cinco vezes, com cinco segundos de intervalo entre cada imagem. Aqui, estamos perante um jogo triangular, que se joga entre a rapariguinha vietnamita e o visitante, com o artista como mediador. Num dos seus primeiros trabalhos, um dos que logo lhe trouxeram o reconhecimento internacional – Rushes (1986) –, havia uma imagem de um jovem mineiro brasileiro que o artista comentava assim: “Gosto da maneira como ele olha o fotógrafo, me olha, vos olha.”
Legenda: Alfredo Jaar, ‘Cem vezes Nguyen’. 1994
Museu Colecção Berardo - Arte Moderna e Contemporânea | Praça do Império | Lisboa | Domingo a Sexta das 10h às 19h (última entrada às 18h30) | Sábado das 10h às 22h (última entrada às 21h30) | www.museuberardo.pt
Legenda: Alfredo Jaar, ‘Cem vezes Nguyen’. 1994
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