sexta-feira, 3 de junho de 2011

Centro de Arte Moderna Fundação Caloustre Gulbenkian - Lisboa

Até 3 de Julho está patente a exposição de Koo Jeong A (Seoul, 1967) uma artista que nunca foi mostrada em Portugal e no entanto é uma das criadoras mais prestigiadas da contemporaneidade artística, de que é prova a exposição no DIA Art Center em Nova Iorque no final de 2010. A exposição Nove foi realizada por Koo Jeong A. especificamente para a galeria 1 do CAM, apresentando uma das maiores exposições da artista. Porquê este número, se as caixas-esculturas que se mostram só são cinco?! Somos capazes de reconhecer, identificar e nomear quatro dimensões: a linear, a bidimensional, a tridimensional e a quarta dimensão que a ficção científica explora e que será aquela que está fora do espaço e do tempo, na chamada twilight zone. Se num salto de lógica e cruzamento destes dois parágrafos, ou seja, se somarmos as quatro dimensões às cinco caixas de Koo Jeong A. chegamos ao número nove. As cinco caixas possuem uma identidade que se situa algures entre a escultura e a arquitectura. Uma arquitectura que é concebida para não ficar, para não perdurar, que é provisória, e que se desfasará no final da exposição, e, no entanto, quando construídas no museu, estas caixas são presenças absolutas, mónadas de contemplação, refúgios da e dentro da arquitectura do museu. Estas construções funcionam como se fossem abrigos para os visitantes; contudo, estes abrigos não permitem a entrada, nunca se tem o acesso total ao seu interior. Com um percurso internacional, participou em quase todas as bienais, desde Veneza (em 2001 e 2003) a Sydney (2004), passando por Moscovo (2005), ou pela Manifesta em Ljulbliana (2000); e com exposições individuais em museus de referência como o Moderna Museet, Secession-Viena, Dia-Beacon nos EUA, estando representada em importantes colecções, como a do Musée Georges Pompidou em Paris –, a obra de Koo Jeong A. permanece misteriosa e quase invisível e a razão é tautológica porque precisamente a sua obra é de facto misteriosa e joga na quase invisibilidade, preciosa, como os cristais que espalhou na relva em Veneza e que só um olhar atento, ou avisado, conseguia ver.
Centro de Arte Moderna | Rua Dr. Nicolau de Bettencourt | Lisboa | Terça a Domingo 10h às 18h ( Última entrada no museu às 17:45) | www.cam.gulbenkian.pt

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