De 9 a 26 de Junho está patente a 4ª edição Junho das Artes. O Junho das Artes procura a produção artística na sua construção conceptual e formal, focada no papel genuíno da experimentação artística tendo como palco a Vila de Óbidos. Num diálogo permanente entre a riqueza dum lugar feito de património construído, lendas e magias como património imaterial, a materialização da criatividade e inovação dos artistas. A palavra FRONTEIRA, ideia chave do programa deste Junho das Artes, remete-nos para um conceito de actualidade, no sentido do que é oportuno discutir hoje. A fronteira como espaço e como tempo. Neste tempo não-linear, onde acontecem coisas simultaneamente em diferentes lugares (ou em não-lugares). A programação encontra-se dividida em três ciclos distintos de forma a estabelecer uma relação com as várias possibilidades que o conceito Fronteira suscita. O primeiro ciclo concentra-se fisicamente nos espaços expositivos da Galeria novaOgiva (Filipa César, Manuel Santos Maia e Pedro Neves Marques), Galeria Casa do Pelourinho (Patrícia Almeida) e Museu Municipal (João Ferro Martins e Manuel Santos Maia). As obras que protagonizam este primeiro ciclo abordam a subjectividade da memória na construção dos factos históricos e a reelaboração da sua linguagem. Assim, como nos restantes ciclos, a Fronteira, quer seja territorial, disciplinar, ou simbólica, é invocada não só como um limite, mas como o local onde a negociação de uma outra hipótese se potencia. No Museu Municipal, esta reflexão é sugerida pela fragilização do discurso e dispositivos museológicos, enquanto que na Galeria Casa do Pelourinho o trabalho de Patrícia Almeida nos desloca para a paisagem algarvia que ao mesmo que se distancia do paradigma cultural local, aproxima-se da estética do lazer que homogeneíza estâncias turísticas noutras latitudes, tornando-a arreferencial. No segundo ciclo de programação o espaço expositivo prolonga-se para o exterior, partindo do convite a oito artistas (Inês Milagres, Inês Botelho, Henrique Neves, André Banha, João Ferro Martins, Von Calhau!, Luís Sezões e Tiago Baptista) para olharem para o território do Concelho de Óbidos. Neste movimento pretende-se provocar o diálogo entre o lugar de representação do intra-muros e o contexto das localidades e lugares do Concelho, superando e problematizando a barreira física e simbólica que os separa. Neste ciclo, propõem-se também o extravasar dos limites entre o objecto artístico e o processo que o subjaz, olhando para o segundo como um espaço-tempo de acção e inscrição de natureza artísticas. Esta cronotopia pode ser partilhada com o público no último piso da Galeria Casa do Pelourinho, onde Inês Milagres, Von Calhau e João Ferro Martins estarão em residência durante o Junho das Artes. O visitante é convidado a visitar o espaço, onde pode acompanhar de perto o processo. O terceiro ciclo parte do convite a duas estruturas de programação independentes a operar na região: o Museu Bernardo, sediado nas Caldas da Rainha, e a Associação a9))), localizada em Leiria. Ambos foram convidados a desenhar uma programação que deslocasse para Óbidos o seu espaço original de acção, aproximando lugares e criadores, e fazendo de Óbidos o seu palco de encontro e mostra. Com esta iniciativa pretende-se valorizar a actividade e o papel destas estruturas no tecido cultural.
Municipio de Óbidos, Rua Direita, Praça de Santa Maria | ÓBIDOS | Domingo a Quinta das 10h às 13h e das 14h às18h | Sexta, Sábado e Vésperas de Feriado das 10h às 13h e das 14h às18h | www.obidosjunhodasartes.pt
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