Sob um título enigmático, que evoca (de forma nada inocente) o título do célebre livro de poemas de Baudelaire, As Flores do Mal, esta exposição congrega cerca de 300 desenhos, escolhidos de um total de mais de 1500, que José Loureiro (Mangualde, 1961) realizou entre 1990 e 1996. Quase todos estes desenhos ficaram arredados do olhar do público, guardados nas gavetas do atelier do artista – vários guaches com “bocas” de 1990 e alguns guaches com “bolas” de 1996 são as excepções. E no entanto, são tudo menos obras menores; pelo contrário, estamos diante de um corpo de trabalho fundamental na prática do artista nesses anos, e determinante, além do mais, para poder compreender (finalmente) a pesquisa que o levou do campo da figuração para o campo da abstracção, onde o seu trabalho se tem inscrito desde meados da década de 1990. Os desenhos impressionam pelo modo como resistiram incólumes à passagem do tempo, como ganharam mesmo importância com a passagem dos anos; e surpreendem pela enorme diversidade de temas e motivos, de técnicas e de registos estilísticos a que o artista recorre, numa pesquisa obsessiva e solitária. A exposição está organizada segundo um clarificador critério cronológico. Assim, à medida que avançamos, que passamos de uma sala para a seguinte, de uma série de desenhos para outra, vamos seguindo a par e passo os caminhos por ele outrora explorados. Exposição Patente de 22 de Outubro até 22 de Janeiro de 2012.
Culturgest | Edifício Sede da Caixa Geral de Depósitos | Rua Arco do Cego, Piso 1 | Lisboa | Segunda a Sexta, das 11h às 19h (última admissão às 18h30) | Encerrado à Terça-feira | Sábado, Domingo e Feriado, das 14h às 20h (última admissão às 19h30) | www.culturgest.pt
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