Até 20 de Novembro está a decorrer a exposição, INTERIORES - 4 artistas + 1 fotógrafo. Pedro Gadanho é o curador e autor dos projectos apresentados na exposição que se realiza no âmbito da Trienal de Arquitectura de Lisboa de 2010, sob o tema Falemos de Casas. As obras expostas, fotografia e vídeo, confrontam-nos com o processo de trabalho de um fotógrafo, especializado em arquitectura, e de quatro artistas plásticos. Os autores e os projectos: Fernando Guerra, sobre a Casa Baltasar, 2007, fotografia; Filipa César, com o vídeo Stereo sobre a Galeria Presença, 1998/2002; João Paulo Feliciano, sobre um apartamento em Lisboa, 2001/2010, colagem fotográfica; Daniel Malhão, sobre a Ellipse Foundation, 2006, fotografia, e Edgar Martins sobre a Casa GMG, 2010, fotografia. Interiores deve ser assumido como um projecto autoral que se desenvolve de dentro para fora. Como uma espiral que tem o seu epicentro na produção de arquitectura de Pedro Gadanho e as suas ramificações no trabalho dos artistas e de um fotógrafo que constituem o corpus documentado e exposto. A amplitude deste projecto compreende ainda a edição de um livro de tiragem limitada. É importante referir que a actividade de Pedro Gadanho procura falar de arquitectura para lá dos projectos que cria, disseminando-se em áreas tão diversas como a curadoria, a edição e a escrita ficcional. A prática arquitectónica de Pedro Gadanho opera sobre a ideia de diferença, intimidade e desejo, sem perder de vista a ligação ao contexto cultural e urbano dos espaços sobre os quais reflecte e trabalha. Esta prática da Arquitectura, mais dedicada às entranhas e à vivência de espaços reservados, concorreu simultaneamente com o virtuosismo da decoração de interiores e com as potencialidades do design, que Gadanho conhece mas às quais resiste. Este acto de resistência expõe as suas reflexões sobre a construção do lugar e da sua experiência, contrapondo o uso do adereço, ou do objecto criado segundo padrões funcionais e estéticos, à criação de um sistema de relações entre a dinâmica da utilização do espaço habitável e os equipamentos necessários a este, contaminados por referências do mundo exterior que se desdobram entre a arquitectura, a arte e os objectos do quotidiano. Entre a linguagem erudita e a linguagem popular. Os interiores que nos são dados a ver sob a forma de fotografia ou vídeo são trabalhos independentes da memória descritiva de cada projecto, e devem ser observados como portas de entrada para o processo que cada um dos autores encontrou pela sua experiência dos espaços. Para lá da proximidade ou da verdade que procuramos em cada imagem. (João Silvério, Outubro 2010) Cristina Guerra Contemporary Art | Rua de Santo António à Estrela . 33 | Lisboa | Terça a Sexta das 11h às 20h | Sábado das 15h às 20h | Encerrado ao Domingo e Segunda| www.cristinaguerra.com
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