
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
TREMA ARTE CONTEMPORÂNEA - Lisboa

COLORIDA GALERIA DE ARTE - Lisboa

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
CASA DA GALERIA - Santo Tirso





Até 22 de Janeiro de 2011 está a decorrer a exposição Cantos da Casa, que fecha um ciclo que teve como tema subjacente o lugar, iniciado na inauguração da Casa a 15 de Maio, com Alberto Carneiro e a exposição O Ser do Estar”. Cantos da Casa reúne várias dezenas de trabalhos de desenho, pintura, instalação e assemblages, de 6 nomes com trabalho reconhecido nas artes como Joana Rêgo, Isaque Pinheiro, Emílio Remelhe, Evelina Oliveira, Joaquim de Jesus e Ricardo Leite. Em “Cantos da Casa” recolhemo-nos à nossa casa onde cada canto evoca acontecimentos e sedimenta memórias. Num lugar entre o exterior e o interior, entre o ser e o não ser, se resguarda a nossa intimidade e se constrói o verdadeiro Ser. Nas palavras de Gaston Bachelard : … uma casa tão dinâmica, que permite ao poeta habitar o universo. Ou noutras palavras, o universo vem habitar sua casa. Em cada artista o tema encontra as suas ressonâncias. Evelina Oliveira apresenta-nos em seis telas a sua casa de interior vegetal, fala-nos da dialéctica interior/exterior, dos valores germinativos da vida e interpela-nos com os seus olhos nostálgicos de quem está lá dentro. Emílio Remelhe, em quatro desenhos sobre papel abrasivo, risca o mundo, resignificando memórias e experiências, que quer “apregoar aos quatro cantos”. Joana Rêgo em quatro telas em acrílico apresenta casas dentro de casas, que são os nossos cantos favoritos, os ninhos, a imensidão da intimidade. Em diferentes registos, vemos um refúgio no vão de escadas por Ricardo Leite (óleo sobre tela); as cianotipias de Joaquim de Jesus lançam um novo olhar sobre o jardim, ou a sua oficina; e Isaque Pinheiro apresenta-nos vários objectos reconfigurados e o seu painel de ferramentas. E voltamos a Evelina Oliveira, em pequenos quadros sobre madeira, com a espiral, símbolo desde tempos imemoriais do ciclo nascimento-morte-renascimento. “mutante e permanente volto a ressurgir sendo o mesmo”. Olhando através dos objectos para a distância donde vêm, fazemos um percurso para dentro e para fora, neste armário de lembranças que são os cantos da casa. Casa da Galeria, Santo Tirso | R. Prof. Dr. Joaquim Augusto Pires de Lima 33-37 | Stº Tirso | Terça a Sábado, das 15h às 19h |www.casadagaleria.com
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
MCO ARTE CONTEMPORÂNEA - Porto

Galeria de Exposições da Biblioteca de Santa Maria da Feira

Até 13 de Fevereiro de 2011 estáa decorrer a exposição Bravo, Lapa e Palolo, constituída por obras da Colecção da Fundação de Serralves. A exposição é comissariada por João Fernandes e pode ser visitada .
A exposição reúne obras dos três artistas que se encontram na colecção do Museu de Serralves, assim como em colecções institucionais e privadas que estão em depósito em Serralves. A mostra não pretende ser antológica da obra de cada um dos artistas mas permite, contudo, a formulação de um olhar particular sobre alguns dos momentos mais relevantes das suas obras, no confronto das diferenças que cada um deles sempre soube cultivar no exercício da amizade e da cumplicidade ética que aos três sempre reuniu.
Joaquim Bravo (1935-1990), Álvaro Lapa (1939-2006) e António Palolo (1946-2000) são três pintores portugueses nascidos em Évora que, coincidindo na amizade e na cumplicidade dos tempos e lugares que partilharam, jamais abdicaram da liberdade irredutível que se manifesta na individualidade de cada uma das suas obras, independentemente dos compromissos, solidariedades ou estratégias de grupo a que os três sempre souberam resistir no contexto de arte praticada em Portugal. Curiosamente, a aprendizagem da pintura e a reflexão estética não parte, em nenhum dos três, da frequência de uma Escola de Arte ou de um relacionamento determinado com o restante contexto artístico nacional. Em todos eles, a descoberta da arte depende muito mais de uma experiência da vida e das situações que ela propicia do que de uma integração num contexto escolar ou artístico. As suas obras estabelecem um diálogo individual e idiossincrático com as referências culturais com que cada um decide confrontar, numa selecção restrita e criteriosa dessas mesmas referências. Se em Bravo e Lapa, as suas obras partem muitas vezes de explícitas referências literárias, em Palolo será o intertexto visual que predomina nos padrões abstractos e geométricos que predominam no cromatismo da sua pintura.
Galeria de Exposições da Biblioteca de Santa Maria da Feira | Av. Belchior Cardoso da Costa | Santa Maria da Feira | Segunda-Feira das 12h às 19h | Terça a Sexta-Feira das 10h30 às 19.h | Sábado das10h às 17h | www.biblioteca.cm-feira.pt
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Allarts Gallery - Lisboa


Até 15 de Janeiro de 2011 está a decorrer uma exposição de pintura, com uma selecção de quadros em pequenos e médios formatos, especialmente executados por alguns dos artistas residentes da galeria. Artistas participantes: Ada Breedveld, Alain Carron, Alain Donnat, Alessandra Placucci, Carole Perret, Christine Haslé, Davy-Bouttier, Elisabeth, Guido Vedovato, Irene Brandt, J. B. Durão, Lluïsa Jover, Maria Rita, UKÉO, VÉCU e Víctor de la Fuente.
KOMPASS Art Gallery - Aveiro



Kompass Art Gallery | Rua do Gravito, 51 | Aveiro | www.kompassartgallery.com
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Museu de Aveiro

Legenda da imagem: Júlio Ventura, Sem título, 1989 (Serigrafia sobre alumínio, 12 x (80 x 80) cm)
Museu de Aveiro | Avenida de Santa Joana Princesa | Aveiro | 3.ª feira a Domingo das 10h às 17h30 | www.ipmuseus.pt/pt-PT/museus_palacios/ContentDetail.aspx?id=1103
SOPRO Projecto de Arte Contemporânea - Lisboa

Legenda da imagem: Auto-retrato, 2010, óleo sobre tela, 90x62cm
Sopro Projecto de Arte Contemporânea | Rua das Fontainhas, 40 | Lisboa | Terça a Sábado das 15h às 20h| www.sopro.pt
Museu da Eletricidade - Lisboa

Prosseguindo a parceria entre a Fundação Arpad Szenes- Vieira da Silva e a Fundação EDP, sua mecenas, esta exposição surge no âmbito da Trienal de Arquitectura dedicada ao tema Vamos falar de Casas, da qual o Museu da Electricidade é um dos anfitriões.
Museu da Eletricidade | Av. de Brasília, Central Tejo | Lisboa | Terça a Dom das 10h às 18h | Encerra à 2a Feira e nos feriados | www.fundacao.edp.pt
GALERIA PEDRO CERA - Lisboa

Galeria Pedro Cera | Rua do Patrocínio, 67 E | Lisboa | Terça a Sábado, das 14h30 às 19h30 | www.pedrocera.com
GALERIA SÃO MAMEDE - Lisboa
A partir de 9 de Dezembro a 15 de Janeiro de 2011 estará a decorrer a exposição de pintura da artista Catarina Pinto Leite. A paisagem de Catarina Pinto Leite, que, para Vasco Graça Moura, é um lugar de sobressaltos íntimos, e, para Eurico Gonçalves, um estado de alma de subtis vibrações luminosas continua a ser abordada nesta exposição, apresentando, no entanto, uma interessante evolução relativamente às mostras anteriores. A paleta simplificou-se substancialmente dando lugar quase exclusivo ao preto e branco, doseadas numa ou noutra obra com apontamentos de cor, continuando a luz a ser destacadamente tratada, como é timbre da artista. Por outro lado, a temática abordada continua centrada na natureza e já não apenas na paisagem, através da representação de diversos elementos naturais que nos intrigam e nos quais tentamos adivinhar uma história. Como escreveu Luísa Soares de Oliveira: Por trás da pintura, dos quadros, há sempre histórias. Muitas vezes os artistas escondem-nas, e refugiam-se num silêncio que é próprio desse mundo de formas e cores onde a palavra raramente entra. Galeria São Mamede | R. da Escola Politécnica, 167 | Lisboa | Segunda a Sexta das 10h às 22h e ao Sábado, das 11h às 19h | www.saomamede.com
COLORIDA GALERIA DE ARTE - Lisboa

Colorida Galeria de Arte | Rua Costa do Castelo, 63 | Lisboa | Terça à Sábado, das 13h30h às 18h | www.colorida.pt
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
GALERIA VERA CRUZ - Aveiro
Legenda da imagem: Paula Rego,Prince Pig and his first Bride, 2006 – Litografia nº32/35 – 65,5x73 cm
Galeria Vera Cruz | Largo da Apresentação, 3A | Aveiro |Terça a Sábado das 10h às 13h e das 14.30h às 19.30h | Domingo das 14.30h às 18h |www.galeriaveracruz.com
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
GALERIA QUADRADO AZUL - Lisboa

GALERIA QUADRADO AZUL | Largo dos Stephens, 4 | Lisboa | Terça a Sábado das 13h às 20h00 | www.quadradoazul.pt
MÓDULO CENTRO DIFUSOR DE ARTE - Lisboa

MÓDULO CENTRO DIFUSOR DE ARTE | CALÇADA DOS MESTRES, 34 A | LISBOA | Terça a Sábado, excepto feriados, das 15h às 20 h
INFLUX CONTEMPORARY ART - Lisboa

INFLUX CONTEMPORARY ART | Rua Fernando Vaz, 20 B | Lisboa | Quartaa Sábado das 14h às 19h | www.influxcontemporary.com
GALERIA SETE - Coimbra




Até 8 de Janeiro de 2011, está a decorrer uma exposição colectiva com os artistas Alexandre Baptista, Gil Maia, Joana Rêgo e Joana Soberano.
Galeria Sete | Av. Dr. Elísio de Moura, 53 | Coimbra | 2ª a 6ª feira: 11h às 13h - 14h às 20h Sábado: 15h às 20h | www.galeriasete.com
GALERIA JOÃO ESTEVES DE OLIVEIRA - Lisboa


No próximo dia 9 de Dezembro, pelas 19h, inaugura a exposição de desenhos de Emmérico Nunes intitulada Vida Elegante. Trata-se de um conjunto de trabalhos feitos para a prestigiada revista alemã Meggendorfer-Blätter de que Emmérico foi um dos mais destacados colaboradores ao longo de quase vinte anos começados em 1911. Na sua maioria, representam cenas da vida social das classes abastadas nos golden twenties, cenas que são o oposto do lado sombrio, cruel e sórdido da vida que, por essa altura, numa Alemanha mais a norte, retratavam Grosz, Otto Dix e Max Beckman. Estes desenhos, sobretudo da terceira década do século passado, mostram bem que Emmérico Nunes, ainda longe de se tornar o pintor paisagista da Sines tranquila, está entre os maiores ilustradores da primeira geração modernista portuguesa. A exposição encerra no dia 4 de Fevereiro de 2011.
Galeria João Esteves de Oliveira | Rua Ivens, 38 | Lisboa | Segunda-feira das 15h às 19h30 | Terça-feira a Sábado 11h às 19h30 | Sábado encerra das 13h30 às 15h | www.jeogaleria.com
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Embaixada do México - Lisboa



Embaixada do México em Lisboa | Estrada de Monsanto, 78 (entrada pela Rua Vila Guiné) | Segunda a Sexta das 10h às 17h | www.sre.gob.mx/portugal/
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
CULTURGEST - Lisboa

Visita guiada à exposição terá lugar no domingo 12 de Dezembro, às 17h.
Culturgest - Fundação Caixa Geral de Depósitos|Edifício CGD | Rua Arco do Cego, Piso 1, 1| Lisboa |segunda a sexta-feira das 11h às 19h; sábados, domingos e feriados das 14h às 20h; encerra à terça-feira| www.culturgest.pt
CULTURGEST - Porto

Culturgest Porto — Galeria | Edifício Caixa Geral de Depósitos | Av. dos Aliados, 104 | Porto | Segunda a Sábado, das 10h00 às 18h00 (última admissão às 17h45)|Encerra aos domingos e feriados | Visitas guiadas a grupos escolares e/ou organizados (a partir de 10 pessoas) Inscrições e informações: 22 209 81 16
GALERIA QUADRADO AZUL - Lisboa

GALERIA VIEIRA PORTUENSE - Porto

COLORIDA GALERIA DE ARTE - Lisboa

Colorida Galeria de Arte | Rua Costa do Castelo, 63 | Lisboa | Terça à Sábado, das 13h30 às 18h | www.colorida.pt
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Casa-Museu Teixeira Lopes - Vila Nova de Gaia
Casa-Museu Teixeira Lopes | Rua Teixeira Lopes, 32 | V.N. Gaia | Terça a Sábado: 9h00 às 17h00 | Domingos e Feriados: 10h00-12h00/14h00-17h00 | www.gaianima.pt/cmteixeiralopes
Cristina Guerra Contemporary Art - Lisboa

Não obstantes as referências externas, à primeira vista, o observador (incauto) pode percepcionar nas suas imagens um registo quase pessoal, numa atitude de diário gráfico de lugares percorridos que não deixam de ter uma certa ressonância “literária”. Esta qualidade misteriosa coloca-o perto de um realismo quase fantástico no sentido de deixar em aberto as possíveis interpretações, lançando a dúvida sobre o que se visiona.
As pinturas de Juan Araujo tratam-se, igualmente, de uma homenagem à forma como a globalização, enquanto movimento universal, se revela menos uniformizadora do que o idealmente pretendido. Os seus trabalhos são um hino à arquitectura latino americana e à maneira como esta, singelamente, interpreta aquele que foi um verdadeiro movimento internacional, carregado de uma utopia humanista: o Modernismo. O título desta exposição dá-nos, claramente, pistas sobre esta questão. La Silla del Diablo, é uma cadeira desenhada por Alexander Calder que homenageia Carlos Villanueva, arquitecto venezuelano que projectou a Cidade Universitária de Caracas, em 1954, propondo, para esta uma síntese das artes, uma Gesamtkunstwerk, convocando, para o efeito, artistas desde Calder, Arp, Vasarely, entre outros nomes do panorama artístico moderno internacional. Esta referência é uma metáfora para a obra de Araujo que é, igualmente, a tentativa através da pintura, da construção de uma obra total e é, simultaneamente, uma reflexão sobre a utopia falhada de um modernismo que invadiu a rural Venezuela para uso da ditadura vigente. Por último, esta peça é, igualmente, a introdução de uma forma geométrica num contexto natural biodiverso, aparentemente antagónico, trazendo à superfície as especificidades da arte do continente sul-americano: quente, exuberante, emotiva, intuitiva, contrariando, assim a racionalidade da disciplina do design modernista e, sobretudo, ocidental. Todavia, o funcionalismo desta cadeira é duvidoso por si próprio, dando a sensação de algum desconforto ou mesmo do perigo de queda, desviando a atenção da sua desejável ergonomia para a sua evidente estética ou, se quisermos, para a sua falha enquanto objecto funcional. Os trabalhos de Juan Araujo estão presentes em diversas colecções públicas e privadas, das quais se destacam Tate Modern, Londres; Museu du Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA); Museu de Arte Contemporâneo de Caracas, Centro Gallego de Arte Contemporáneo, Santiago de Compostela (CGAC); Inhotim, Centro de Arte Contemporânea, Belo Horizonte; Colecção Teixeira de Freitas, Lisboa; Colecção Carlos Rosón, Pontevedra; Colecção Eskandar & Fátima Malekl, Londres; Colecção Adriana Cisneros, Miami.
Cristina Guerra Contemporary Art | Rua de Santo António à Estrela , 33 | Lisboa | www.cristinaguerra.com
Museu Municipal e Galeria Municipal D. Dinis - Estremoz

Marian Van Der Zwaan não usa retratos com o objectivo de não criar qualquer individualismo, sendo que cada obra poderá representar uma multiplicidade de seres humanos. Usando o corpo feminino ampliado mas com cores serenas para não fugir à beleza e estética da pintura, não existe um background no projecto High Heel Passenger, pretendendo-se que a figura principal seja objecto de análise sem qualquer distracção.
Museu Municipal e Galeria Municipal D. Dinis | Largo D. Dinis | Estremoz| www.museuestremoz.blogspot.com
Museu de Arte Contemporânea de Serralves - Porto




MUSEU COLECÇÃO BERARDO - Lisboa

Legenda de imagem em anexo: Jean-Michel Basquiat, 1960-1988, EUA, Pater, 1982, Acrílico, óleo e marcadores sobre tela
Museu Colecção Berardo - Arte Moderna e Contemporânea | Praça do Império |Lisboa | Aberto todos os dias da semana: 10H00 – 19H00 (última entrada: 18H30) | Horário alargado aos sábados: 10H00 – 22h00 (última entrada: 21H30)|www.museuberardo.com
Museu de Serralves - Porto

Museu de Arte Contemporânea de Serralves |Rua Dom João de Castro, 210 | Porto | Terça a Sexta das 10h às 17h | Sáb, Dom e Feriados das 10h às 20h | www.serralves.pt
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
MUSEU COLECÇÃO BERARDO - Lisboa

Até 9 de Janeiro de 2011 está a decorrer a exposição temporária, A Culpa não é minha, obras da Colecção António Cachola. A arte contemporânea é uma fonte de energia por vezes violenta e seguramente pouco controlável, abrindo no entanto uma profusão de pistas a seguir, da meditação à seriedade, da ironia à filosofia, da poesia à política. Aqui, Buster Keaton pode facilmente cruzar-se com Schopenhauer, Picasso, Duchamp, César Monteiro ou Pessoa.
Apresentar uma exposição a partir de obras provenientes de uma colecção é tomar de empréstimo a geografia imaginária do coleccionador que as reuniu com paixão e obstinação. Reconstituir esse puzzle cria um ponto de vista (incerto) sobre o mundo (incerto) em que vivemos. Uma verdadeira colecção não tem uma coerência escrita, ordenada, teórica, segue antes um fio condutor – para António Cachola, é a opção de adquirir obras de artistas portuguesas da jovem geração. Iniciada no começo da década de 1990, a colecção conta actualmente com mais de 400 obras. Através do hibridismo próprio da produção artística actual, ela permite situar os artistas portugueses no contexto internacional e avaliar a importância que a arte contemporânea tem hoje na sociedade. A exposição A Culpa Não É Minha, no Museu Colecção Berardo, corresponde a uma viragem para António Cachola: a sua colecção, depois de ser apresentada ao público, no Museu de Arte Contemporânea de Elvas, vai agora enriquecer-se com obras de artistas internacionais, mas sempre com a vontade de as colocar em diálogo com as dos artistas portugueses.
A criação contemporânea portuguesa tem a particularidade de ter uma origem precisa, datada: a Revolução dos Cravos. E desde esse momento, muitos artistas (que, aliás, vivem frequentemente no estrangeiro e são representados por galerias internacionais) criam obras que cruzam a história recente de Portugal com o mundo globalizado (Ângela Ferreira, Maria Lusitano, Fernanda Fragateiro...).
Certos artistas exploram o poder narrativo das imagens (André Gomes, Rui Calçada Bastos…) ou os fragmentos de uma narrativa por vezes conceptual (José Maçãs de Carvalho). Trabalham a linguagem com as suas interacções históricas, sociais, filosóficas e, naturalmente, artísticas (João Louro, André Romão...).
Outros, enfim, prosseguem a experiência da pintura e continuam a forçar o seu espaço e as suas possibilidades (Pedro Calapez, Pedro Croft, José Loureiro, Paulo Brighenti, João Queiroz, Pedro Casqueiro, Gil Heitor Cortesão). Alguns associam a pintura ao vídeo (Bruno Pacheco...). Rodrigo Oliveira liga fotografia, escultura e instalação. Rui Chafes, com as suas formas negras de inquietante estranheza, continua a explorar o campo da escultura. Mas a classificação por medium não consegue abarcar a riqueza formal das obras visto que os artistas se apropriam de todas as formas, meios e linguagens, misturando-os: da escultura à instalação (Pedro Cabrita Reis, Pedro Barateiro, João Pedro Vale, Miguel Ângelo Rocha, Joana Vasconcelos, Miguel Palma, Noé Sendas...); ou da fotografia ao vídeo (Nuno Cera...); do vídeo à instalação (Vasco Araújo, Noé Sendas, Alexandre Estrela...); do vídeo à performance (João Onofre, Ricardo Leandro e César Engstrom, João Leonardo, João Maria Gusmão e Pedro Paiva, Daniel Barroca, André Guedes). Augusto Alves da Silva, por seu lado, explora com os seus enormes panoramas a neutralidade conceptual da fotografia.
O artista é sempre um encenador; um a um, coloca os elementos do visível, procurando a justa coincidência entre as suas imagens mentais, feitas de memória e de amnésia, e as do mundo exterior. A sua fusão cria novos acordes, raccords e combinações do real e produz um mundo paradoxal do qual não podemos no entanto duvidar. Explora e rejeita a antinomia do individual e do universal.
As artes visuais, mas também a música, sintetizam uma expressão contemporânea da colagem, do mixing, do cruzamento de géneros que é necessário para criar novas formas artísticas e culturais. Em Dezembro de 2005, o crítico de arte Jerry Saltz (do jornal Village Voice) citava Day is Done (2005), de Mike Kelley, como um exemplo inovador de «clusterfuck aesthetics» [estética do caos], uma reacção da arte contemporânea à era do multimedia invasor. A arte «desorbitou», sem um real vínculo nacional, manipulando as referências de tempo, de espaço e artísticas. Há artistas portugueses mas não arte contemporânea portuguesa. As noções de «psicogeografia» e de «deriva» utilizadas pelos situacionistas nos anos de 1950 e 60 para se reapropriarem da arte e da cidade numa experiência de vida são, mais do que nunca, actuais, e talvez sejam as formas contemporâneas de reinvestimento de um mundo desconhecido, inesperado, fantástico ou fantasista, exótico até – onde a cultura popular, o arcaísmo se encontram com a modernidade high-tech.
Em muitas obras misturam-se sensualidade e espiritualidade, paganismo e religiosidade, doçura e violência, com a encenação da vulnerabilidade do corpo, tornado simples cliché do mundo mediático, religioso ou da tradição. Os fotógrafos usam os códigos da imagem documental, publicitária ou do cinema de ficção, subvertendo-os (João Paulo Serafim, Luís Campos, Manuel Botelho, Patrícia Garrido, Tânia Simões...).
As obras da precisa e preciosa Colecção António Cachola revelam a não adesão do mundo e das suas imagens, refutam a disjunção entre o sensível e o inteligível, entre o ver e o ter. A Culpa Não É Minha é o título de uma escultura de João Pedro Vale, a de uma árvore nodosa e atada, imponente e encalhada, seca e viva. Este título e esta obra simbolizam bem o olhar do artista sobre o mundo – trabalha-o, absorve-o, com todas as suas contradições, alterações, multiplicidades de aparência e de metamorfose.
Museu Colecção Berardo - Arte Moderna e Contemporânea | Praça do Império | Lisboa | Domingo a Sexta das 10h às 19h (última entrada: 18h30) | Sábados das 10h Ás 22h (última entrada: 21H30)| Entrada gratuita | www.museuberardo.com