A partir de 23 de Setembro a 31 de Outubro decorrerá a exposição de colagem, gravura e video, Papeles Rotos, da artista espanhola Marta Blasco com seu mais recente trabalho. Em “Papeles Rotos”, da artista Marta Blasco (Valência, 1974), um retrato feminino está articulado à volta de duas dimensões complementares, a técnica da gravura maneira negra e a animação. Uma vez concluída a imagem, esta é dividida de seguida em fragmentos para criar novas composições. Como se a artista, além de querer imprimir um movimento continuo da mesma imagem, tentasse concentrar-se no ponto flutuante entre consciência e inconsciência, realidade e imaginação, ou num estado de semiconsciência, origem na qual se encontra a relação da artista com a estética do sublime. Seguindo os pensamentos de Bachelard, a sua nova emphasis sobre matéria declara que “matéria é a inconsciência da forma”, sugerindo então que para se poder questionar as imagens construídas, à necessidade de tornar a própria matéria substância. E é aí que encontramos um outro ponto de partida no trabalho da Marta Blasco. A animação “Papeles Rotos” rompe o molde em relação ao conceito e à performance. Isto lembra a técnica de produção de animação, usando “clippings” – uma animação de cortes, feito de diferentes composições fragmentadas que a artista manipula, compõe manualmente e fotografa com a finalidade de reconstruir a imagem de novo. O carácter precário da representação conduz para referências como Norman McLaren, um pioneiro na animação e, mais especificamente, ao seu filme de curta metragem “A Chairy Tale” (1957), no qual ele dá vida a uma cadeira, interrogando a relação entre material e humano. Se analisarmos as duas técnicas confrontadas, podemos observar que se complementam. Marta Blasco utiliza a sua ficção criativa para estabelecer através do efeito óptico um diálogo que enriquece e complementa a leitura conceptual do seu trabalho. Não é a questão de “entertainment”, mas de libertar o observador. A arte de Marta Blasco não é uma arte que considera a natureza como modelo a seguir mas o espaço a transformar. Realidade não é só o que vemos mas o que emerge do nosso mais profundo interior, conhecido como “Realismo Fantástico”. Neste caso particular, está escondido atrás da percepção racional e cartesiana do mundo pela artista. (fonte: parte do texto Pilar Baos - Marta Blasco, “Papeles Rotos”) Marta Blasco expõe individual e colectivamente desde 1995 na Espanha e internacionalmente. Das exposições mais representativas da sua obra, destacam-se Ophelia na galeria Xavier Fiol em Palma de Mallorca (2008) e Papeles Rotos na Fundação Pilar y Juan Miró, Mallorca (2009. Para o projecto desta exposição a artista ganhou o prémio “Project Price Pilar Juncosa a la Innovación” da Fundação Pilar e Juan Miró em 2008.
Galeria Arthobler | Ler Devagar | LX Factory | Edifício G.03 | Rua Rodrigues Faria, 103 | Quarta a Domingo das 15h às 20 h | www.arthobler.com
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