terça-feira, 6 de julho de 2010

GALERIA PEDRO SERRENHO - Lisboa


Até dia 24 de Julho está patente a exposição de pintura intitulada Caderno de Campo, da artista Vanda Vilela, na sala 1. As pinturas e os objectos de Vanda Vilela apresentam jogos que pressupõem um tempo e um espaço diferentes do nosso. Os animais e os relicários de plantas, nomeados em latim e com os seus nomes comuns, questionam, não apenas a veracidade das ilustrações, mas também sobre a sua origem. Ao jeito dos cadernos de campo que os biólogos utilizam nas suas pesquisas pela natureza, a artista recolhe, pode-se dizer no seu habitat natural – a cidade de Lisboa, onde vive e trabalha –, os objectos e desenhos que posteriormente utiliza nas suas obras. Nesta catalogação do espaço que a rodeia, a artista inicia uma nova e inesperada relação com a cidade. De uma forma lúdica, uma nova cidade é mapeada, em que ruas podem ser substituídas por árvores, casas por plantas e carros por pássaros ou outros pequenos animais. Nesta reinvenção os transeuntes limitam o seu espaço à medida das suas necessidades e conhecimentos, para que possam jogar o seu próprio jogo. As pinturas e os objectos sugerem as possíveis brincadeiras ou regras do jogo. As pequenas caixas, próximas do “cabinet d’amateur”, ao serem apresentadas como brinquedos parodiam a apresentação museológica. Deste modo, o “Caderno de Campo” de Vanda Vilela aproxima-se de um mapa emocional e sensorial, no modo em que apresenta um jogo jogado por quem habita aquele determinado espaço colectivo e social e a natureza que lhe pertence. A artista observa a natureza na sua relação directa com a cidade e com as pessoas que a habitam.(Hugo Dinis, Maio 2010)
Vanda Vilela pertence à Direcção da Associação Traços na Paisagem, que desenvolve iniciativas culturais e pedagógicas, nomeadamente na Fundação Calouste Gulbenkian. Está representada em várias colecções particulares, e instituições como a Câmara Municipal da Maia, o Instituto de Meteorologia, a Fundação PLM, a Associação de Apoio à Vítima.
Galeria Pedro Serrenho – Arte Contemporânea | Rua Almeida e Sousa nº 21-A |Campo de Ourique | Lisboa | Terça a Sábado das 11h às 13h e das 14h às 20 h

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